Um pouco sobre a história do carnaval
O carnaval é a festa popular mais celebrada no
Brasil e ao longo do tempo tornou-se elemento da cultura nacional. Porém não é
uma invenção brasileira nem tampouco realizado apenas aqui. O carnaval remonta
à Antiguidade,
tanto na Mesopotâmia, Grécia e Roma. A origem do nome é do latim (carnis levale), cujo
significado é retirar a carne, relacionando-se
ao jejum feito durante a Quaresma. Ele acontece durante os quatro dias que
precedem a Quarta–feira de cinzas, data que leva este nome devido à queima de
ramos no Domingo de ramos do ano anterior e cujas cinzas são usadas para benzer
os fiéis no início da quaresma.
Comemorado em Portugal desde
o século XV, as festas carnavalescas populares se realizavam através do entrudo
e trazida pelos colonizadores para o Brasil Colônia. Em finais do século XVIII
era praticado em todo território. O entrudo consistia em brincadeiras e
folguedos que variavam conforme locais e grupos sociais envolvidos. A festa, bem
popular, consistia nos brincantes saírem pelas ruas com seus rostos pintados,
jogando farinha, bolinhas de água de cheiro, ovos, baldes de água, limões de
cheiro, luvas cheias de areia e assim por diante. O entrudo era considerado
ainda uma prática violenta e ofensiva, em razão dos ataques às pessoas, mas era
bastante popular. Isso explica o fato de famílias mais abastadas não
comemorarem com o povo, ficando em suas casas. Em meio a essas brincadeiras,
jovens moças das famílias de reputação ficavam nas janelas jogando águas nos
transeuntes.
Por volta de meados do
século XIX, com a mudança da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro, o entrudo
foi criminalizado e colocado sob forte controle policial, principalmente após
uma campanha contra a manifestação popular veiculada na imprensa. A partir de
1830 uma série de proibições vai se suceder na tentativa, sempre infrutífera,
de acabar com a festa grosseira. Mas, enquanto o entrudo era reprimido nas
ruas, a elite do Império criava bailes em clubes
e teatros ao som de polca. Foram às primeiras tentativas de civilizar a festa
carnavalesca brasileira através da importação dos bailes e passeios mascarados
parisienses.
Com isto, no fim do século
XIX uma série de grupos carnavalescos ocupa as ruas do Rio de Janeiro, servindo
de modelo para as diferentes folias. Eles eram chamados indiscriminadamente de
cordões, ranchos ou blocos. Em 1890, Chiquinha Gonzaga compôs a primeira música
especifica para o Carnaval: "Ô Abre Alas!". Ela foi composta para o
cordão Rosas de Ouro, que desfilava pelas ruas do Rio de Janeiro durante o
carnaval. Os foliões também freqüentavam os bailes fantasiados com máscaras e
disfarces inspirados nos baile parisienses. As fantasias mais tradicionais e
usadas até hoje são as de Pierrot, Arlequim e Colombina, originárias da “commedia
dell'arte”, uma espécie de teatro popular.
È impossível falar de
carnaval sem citar o samba, que representa a própria identidade musical
brasileira. De nítida influência africana, o samba nasceu nas casas de baianas
que emigraram para o Rio de Janeiro. O primeiro samba gravado foi “Pelo
telefone”, com autoria de Donga e Mauro de Almeida, em 1917. Inicialmente
vinculado ao carnaval, com o passar do tempo o samba ganhou espaço próprio. A
consolidação de seu estilo verifica-se no final dos anos 20, quando desponta a
geração do Estácio, fundadora da primeira escola de samba. Grande tronco da
MPB, o samba gerou derivados como o samba-canção, o samba-de-breque, o
samba-enredo e, inclusive, a bossa nova.
O carnaval em Londrina
O carnaval
em Londrina tem sua origem nos primeiros clubes sociais da cidade. Nos anos 40
o carnaval de rua praticamente nem existia. Na Avenida Paraná, casais comportados
e sóbrios passeavam a noite ao som da recém formada Banda Municipal. Os homens
usavam calças largas e chapéus. As mocinhas eram obrigadas a ter cinturas
finíssimas por debaixo dos vestidos rendados. Assim era o carnaval na sossegada
“Capital do Café”, quando os poucos salões de dança ensaiavam suas marchinhas
de Almirante e Lamartine Babo. Mas era na madrugada que os salões se esbaldavam
no samba, quando as ruas da cidade adormeciam com a noite cobrindo os cafezais.
A terra e a lavoura eram o dia a dia dos londrinenses. Os primeiros comerciantes
ainda não tinham feito a vida e os filhos das primeiras famílias que chegaram estavam
a crescer.
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