A
melhoria dos espaços na Rádio Nova Geração propiciou a entrega de vários itens,
como a geladeira doada pelo comerciante Wilson Cardoso Aguiar, proprietário do
Bar Cardoso, em Londrina. Casado com Simone Leite, filha do vereador Adir Leite,
Wilson Cardoso é funcionário público aposentado e tem o bar há cinco meses.
Antes ele funcionou como Ted´s Bar. “Vou a Jataizinho com frequência e sempre
me recepcionam bem. Após ir ao programa da Rádio Nova Geração, reúno-me com
amigos no Bar do Serginho ou no Posto Água Branca, da Família Vieira. A cidade
tem potencial para desenvolver rota gastronômica e turística devido os
restaurantes rurais e ilhas do Baiano e Luís Quitério”, diz.
Uma peculiaridade do Bar Cardoso é a
música de viola com duplas e comitivas, como a Saquarema, de José Carlos Funes.
“Tudo começou numa brincadeira que hoje reúne cantadores e violeiros famosos,
como Rossi, Luiz Meneguini, Humberto (Japonês da Viola), Alcino Alves, Manoel e
Mineirinho, Lucas e Léo e demais violeiros. Outro integrante é Lauro Natel, que
escreve músicas para cantores e duplas famosas como Teodoro e Sampaio e Rio
Negro e Solimões. Seu trabalho é reconhecido Brasil afora e atualmente ele grava
o CD “La Natel feito em casa”, com trechos de berrante.
Funes e Natel viveram na roça, carregam
tradições e recordações do rádio, como programas do Siqueira Martins. “A viola retrata
o caipira. Nasci no Patrimônio Regina, em Londrina e de lá trouxe a vivência no
campo e costumes”, relata Funes, pai de Igor Funes da banda gospel Teatro dos
Anjos. Lauro Natel veio de Ponta Grossa, do distrito de Faxinal dos Índios. Em
versos ele disse: “Quando criança nunca imaginei que pegaria na caneta para escrever
versos. Mas quando me chamaram para vim a Londrina sabia apenas seu nome.
Diziam que era a Capital Mundial do Café e havia muito emprego. Era algo
cosmopolita. Saímos em três amigos de Ponta Grossa e Londrina nos recebeu de
braços abertos”, recorda. Natel começou a tocar na igreja com o Zé da Viola e
gravavam as Edições Paulinas com apoio do Padre Zezinho. “Nem sonhava com o
sertanejo. Quando o Zé da Viola fez dupla com o Diplomata comecei a escrever”,
diz o violeiro que tem gravada mais de 200 músicas e se orgulha em resgatar e
preservar a tradição caipira. “O sertanejo é popular e cria a identidade local.
É importante os jovens manterem a cultura caipira escrevendo, produzindo e
tocando músicas que valorizem o trabalho rural, a enxada, o gado, a roça e os
amores. São manifestações populares”, diz o violeiro, que tem uma extensa
coleção de vinil e fitas K7.
Membro da Comitiva Saquarema, Ted do
Berrante toca o instrumento desde os cinco anos, quando morava em Rondonópolis,
no Pantanal. “Tocava boiada com mais de 600 cabeças do gado Nelore. Com o fim
das comitivas abandonei a profissão, mas preservo a tradição da música
caipira”, pontua Ted do Berrante, que se reúne com a Companhia da Viola
quinzenalmente na AABB, em Londrina.
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