domingo, 16 de fevereiro de 2020

Jataizinho homenageia munícipes com nomes em ruas


Jataizinho homenageou doze pessoas que tiveram grande importância ao município através da colocação de nome em ruas. Foram homenageados Anivaldo Pedro Terra, Antônio Matias dos Santos, Aparecido Pereira Cezar, Benedito Francisco Machado, Deusdedeth Chinotti, Jandira de Azevedo Bittencourt, Juvêncio Gonçalves da Silva, Leonardo Babler, Riyoichi Hoshino (Paulo Hoshino), Ruanna Virginia Maria Ribeiro, Severino Barbosa da Silva (Quém-Quém) e Teodoro Fatel. Era a vontade de muitos homenagearem pioneiros, famílias tradicionais, agricultores e atender pedido de pessoas que ajudaram a desenvolver o município. Com o surgimento de novos bairros, a prefeitura teve a oportunidade de perpetuar o agradecimento do município.

Confira o nome dos homenageados

Severino Barbosa da Silva: Irene Cardoso Gonçalves da Silva foi casada com Severino Barbosa. Ele veio de Recife, eles se casaram no Paraná e viveram juntos por 40 anos. Irene ressalta que o esposo foi uma pessoa que trabalhou e lutou muito pela vida, além de ajudar muitos políticos e exercer o mandato de vereador na época do então prefeito Humberto Chamilete. Severino Barbosa também foi autônomo em Londrina, cidade onde tem muitos amigos. Morando na Avenida Getúlio Vargas por muito tempo, atualmente sua família vive no Pombal há 27 anos. Ele deixou os filhos Ezi Barbosa, Josuel Barbosa, Joseli, Vanderlei Cardoso e Sazane de Oliveira. “A homenagem é um ato de estima por ele, mostrando ser querido na cidade. Sua família é grata pela homenagem e agradece a todos o ato de amor e carinho, além da lembrança”, diz Ezi.

Ruana Maria Virginia Ribeiri: Maria Elisabete Ribeiro ficou muito emocionada com a homenagem a neta Ruana Maria Virginia Ribeiri, que faleceu num acidente com demais familiares há 17 anos, em 3 de outubro. Ela era filha de Mauro Ribeiri. A família chegou a cidade há 38 anos vinda de Minas Gerais para trabalhar nas fábricas e Maria Elisabete atuou por muitos anos como merendeira.

Teodoro Bispo Fatel: A contribuição de Teodoro Bispo Fatel na manutenção da Igreja Presbiteriana de Jataizinho é imensa. Suas filhas Ideli Fatel Yamamoto e Deuzeli Novaes Fatel, recordam que o pai veio da Bahia, casado com a mãe Ana Novaes e atuou junto com o filho Clóvis Fatel como presbítero. Chegando ao município em 1948 para trabalhar como lavrador na Água do Tigrinho, após algum período se mudou para área urbana e começou a atuar na SAAE, onde abria valetas do Rio Tibagi para a estação de tratamento na SAAE. Teodoro também laborou na Indústria de Óleos Tibagi (Irpasa) e na Osetril. No entanto, o maior orgulho da família está no fato dele ser a pessoa que conseguiu, através da pregação do evangelho, manter a Igreja Presbiteriana na cidade, uma vez que com o possível fechamento da mesma ele se manteve firme em seus propósitos. “Mesmo com apenas três fiéis no culto ele persistiu para que o terreno da igreja não fosse vendido. Graças a sua persistência a igreja está fortalecida, cheia e bonita para a honra e glória do Senhor”, diz a filha Deuzeli. Ao todo, Teodoro Bispo Fatel deixou seis filhos, doze netos e 15 bisnetos. Quanto ao filho Clóvis, além de presbítero, ele foi Sargento da Policia Militar em Londrina e Ibiporã.

Juvêncio Gonçalves da Silva: Sebastião Gonçalves da Silva é filho de Juvêncio Gonçalves da Silva. Ele cita que o pai chegou a região em 1947, faleceu aos 99 anos e durante muito tempo viveu na área rural atuando nas lavouras de café a algodão. “Esta homenagem é um reconhecimento da cidade a um trabalhador que deixou oito filhos, boas lembranças e de ser um pai honrado“.

Paulo Hoshino: Paulo Hoshino chegou a Jataizinho em 1945 para atuar no ramo da agricultura. Sua filha Marli Takahashi afirma que a homenagem foi algo inesperado e que o pai sempre foi envolvido com política, no entanto, nunca tentou a eleição para um cargo público. Além de Marli, ele deixou os filhos Augusto, José, Celina, Marli, Celso e Carlos. Tal homenagem, segundo os filhos, é o reconhecimento do seu trabalho e da história na cidade, uma vez que ele foi bem conhecido. A esposa Akiko Hoshino de 87 anos participou das homenagens. Ela morava na Água do Pari e se casou em 1951.

Antônio Matias Pelisson: Elísio Matias dos Santos é filho de Antônio Matias Pelisson. Ele recorda que o pai veio de São Paulo e se casou em Jataizinho com Maria Matias Pelisson. “Na infância tomava leite direto da cabrita. Eu e meu pai levávamos as criações para pastar na Taquari e víamos animais nativos como macacos, por exemplo, pulando de galho em galho”, recorda Elísio, que completou 76 anos, se aposentou e para não ficar ocioso nas horas livres dirige um caminhão. Ele cita que no Museu Histórico de Londrina consta uma foto antiga da Família Pelisson.

Ranivaldo Pedro Terra: Terezinha Fenti Terra foi esposa do ex-vice prefeito Ranivaldo Pedro Terra, que atuou na gestão de Humberto Chamilete. A homenagem a deixou emocionada, além de ser algo gratificante. Vereadora na época do prefeito Armando Pavão, Terezinha ressalta que foi Ranivaldo Terra que a incentivou a entrar na política. “Como vice prefeito ele trouxe muitas benfeitorias para a cidade”, afirma. O filho Maurício Aparecido Terra, diz que a homenagem é justa e a família está agradecida. “Ele atuou na política em tempos difíceis. Mesmo assim trabalhou muito na prefeitura e no Barracão da Secretaria de Obras”, relata. Vindo para o município em 1978, para atuar nas lavouras de soja e trigo, Ranivaldo Pedro Terra deixou os filhos Marcos, Ana Carolina e Maurício. Eles sentem orgulho do pai e pela homenagem com o nome de rua. “Guardo na memória a figura de um pai participativo que levava os filhos para pescar e passear. Sentimos sua falta e ele deixou saudades. O Ranivaldo foi um marido exemplar, mas infelizmente há onze anos ele faleceu”, pontua Terezinha.

Euzelio Chinoti: Euzelio Chinoti chegou a Jataizinho em 1939, vindo de São Paulo no intuito de atuar no ramo ceramista. Segundo o filho Ademir Chinoti, ele fez muitos tijolos comuns em diversas cerâmicas e olarias, ajudando diretamente no crescimento de várias cidades, como Londrina, Cambé, Ibiporã, Cornélio Procópio, Arapongas, Jandaia do Sul e Urai, além de ser proprietário da Olaria São Paulo em Cruz da Linha, no caminho para Frei Timóteo. Para a família a homenagem foi vista com seriedade, além de ser gratificante, uma vez que os filhos mantêm a humildade e simplicidade no dia a dia. Casado com Alda Araújo Chinoti, além de Jataizinho eles moraram no Taquari e em Frei Timóteo. Ao todo tiveram oito filhos: Ademir, Joel, José Carlos, Celso, Marlene, Claudete, Janete e Sueli. “Guardo na memória a figura de um excelente pai que foi trabalhador, humilde e maravilhoso, que nos educou e nos sustentou. Sinto sua falta e só tenho a agradecer tudo o que ele nos fez e principalmente a maneira que nos ensinou a valorizar o trabalho. A família agradece a Deus e as autoridades pela lembrança”, pontua.

Silvio Pereira Cesar: Tudo que o mecânico Sérgio Pereira Cesar aprendeu sobre a honestidade deve ao pai Silvio Pereira Cesar. “Meu pai foi um homem direito e honesto que criou nove filhos trabalhando como barbeiro, na Rua Carmela Dutra, ao lado do atual Banco do Brasil. Era uma vida difícil onde só comíamos carne aos fins de semana, algo diferente de hoje. Ele nos ensinou a ser homem e só temos a agradecer e ele e nossa mãe Rute Aparecida Cesar”. Outra lembrança, segundo Sérgio, era que aos sábados, devido o movimento do salão, ele levava o almoço para o pai no emprego.

Benedito Francisco Machado: Benedito Francisco Machado chegou a Jataizinho em 1958, vindo de Ibiporã para atuar com artefatos de cimento para a Família Scorcini, por onde atuou 18 anos. Após isto ele abriu a empresa Artefato Machado, que fabricava a comercializava tanques, tampa de fossa e caixas de água em concreto. Com seu falecimento em 1998 a esposa Maria Ferreira Machado fechou a empresa para não complicar a situação financeira familiar e ao todo ele deixou os filhos Ivanilde Ferreira Machado, Nivaldo Ferreira Machado, Ivonete Ferreira Machado, Ivone Machado, Ivan Luz, Valcir Francisco Machado e o sobrinho criado como filho, Arli Machado. Um dos filhos, Valcir, ainda mora em Jataizinho e é cabeleleiro. “Meu pai faleceu há 18 anos e esta homenagem é importante para a nossa família, uma vez que sempre lutei para que isto acontecesse”, cita. Valdir relata que na infância ajudou muito o pai e que itens como tanques de lavar roupa e caixas de água que foram construídos por ele, ainda estão nas casas mais antigas da cidade. Os filhos Nivaldo, atualmente trabalha na SAMAE e o Ivan na Zanni.

Jandira Bittencourt: Jandira Bittencourt foi uma pessoa querida e muito competente, algo que orgulha sua família. Com a história ligada à educação, por 35 anos ela foi professora e atuou como diretora na Escola Joana Borba, a 1ª de Jatazinho. Este passado brilhante se soma a vontade de vencer na vida. De origem humilde e morando na área rural, para estudar ela fugia de casa. Num lar de 13 irmãos ela foi à única que se alfabetizou, posteriormente ensinando aos irmãos. Ainda jovem, sua família morava na Barra Bonita e ela foi para Santo Antônio da Platina, onde foi criada pela tia Justina Azevedo Cardoso da Silveira, na época casada com Joaquim Cardoso, que foi deputado constituinte. Aos 14 anos ela retornou a Jataizinho e começou a lecionar, uma vez que ao ter graduação podia exercer o magistério como professora habilitada, mesmo sem diploma superior. Constituindo família com Osvaldo Bittencourt, ela deixou os filhos Ulisses, Osvaldo, Gilberto e Heraldo. “A Jandira foi uma educadora exemplar, cumpriu seu papel, além de ser querida, carismática, humilde e deixar um legado. Isto é um orgulho para a família, pois ela ajudou a construir uma cidade mostrando princípios éticos e morais”, diz o sobrinho Adelino Felipe de Azevedo. Ele é natural de Jataizinho, atua no ramo da construção civil e de móveis planejados. Além disso, foi Governador do Rotary Internacional (Distrito 4710) em Londrina. Mesmo longe da cidade, seus laços ainda são grandes porque vários familiares residem na cidade, além de sua tia Jandira Bittencourt e seu pai, José Felipe de Azevedo serem homenageados com nomes de ruas. Quanto ao pai, a rua com seu nome é no Conjunto Milton Félix. “A homenagem é um orgulho e registro do legado que deixou em vida”, diz.                  

Ele recorda que seus pais vieram de Jundiaí do Sul nos anos 60, quando Jataizinho era uma referencia no futebol. Aproveitando a oportunidade, José Azevedo montou o Operário, que participou de vários campeonatos locais e em outras localidades. “A zona rural possuía vários times oriundos das fazendas. O campo ficava onde hoje é a igreja matriz, agregava dois quarteirões e era cercado. Meu pai ajudava a coordenar os torneios e devido a isto ele está na memória da cidade”, relata.                                               
Pai de oito filhos, José Felipe de Azevedo foi casado com Tranqüila Semprebom de Azevedo, que atuou como merendeira até se aposentar. Adelino Felipe de Azevedo relata que o jatainhense deve ter orgulho da cidade porque ela foi a porta de entrada da colonização do Norte do Paraná. “Há muito valor histórico nisto. O desenvolvimento imobiliário e da construção civil dos municípios no entorno se deve as cerâmicas, que ainda produzem tijolo artesanal e em larga escala”, pontua. 

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