Tipos de intertextualidade
A
intertextualidade é definida como um diálogo entre dois ou mais textos. Também
pode ser definida como um diálogo entre dois ou mais textos, sendo
que pode manifestar-se de diferentes maneiras, proposital ou não. Este fenômeno
pode se compreendido como a produção de um discurso com base em outro texto
previamente estruturado e que pode ser construído de maneira implícita ou
explícita, o que exigirá maior ou menor análise do leitor.
A
intertextualidade pode ser construída de maneira explícita ou implícita. Na
intertextualidade explícita, as fontes nas quais o texto baseia-se ficam claras
e acontece de maneira intencional. Este tipo de intertextualidade é encontrada em
citações, resumos, resenhas, traduções e anúncios publicitários. A
intertextualidade é localizada na superfície do texto, pois alguns elementos
são fornecidos para a identificação do texto fonte. Este tipo de
intertextualidade exige mais do leitor a capacidade de compreensão do que
dedução.
A intertextualidade implícita não apresenta citação
expressa da fonte, exigindo mais atenção e análise do leitor. O intertexto não
está na superfície textual e não fornece elementos que o leitor possa
relacionar imediatamente com algum outro tipo de texto fonte. Este tipo de
intertextualidade pede do leitor maior capacidade de realizar analogias e
inferências, buscando na memória conhecimentos preservados para compreender o
texto lido de maneira adequada. A intertextualidade implícita é comumente
encontrada nas paródias, paráfrase e publicidade.
É
possível demonstrar alguns tipos de intertextualidade:
Paródia:
O termo “paródia” vem do grego (parodès)
e significa “um canto (poesia) semelhante a outro”. Trata-se de uma imitação
burlesca muito utilizada nos textos humorísticos, donde o sentido é levemente
alterado, geralmente pelo tom crítico e o uso da ironia.
Paráfrase:
O termo “paráfrase” vem do grego (paraphrasis)
e significa a “reprodução de uma sentença”. Ela faz referência um texto,
reproduzindo outro sem que a ideia original seja alterada.
Epígrafe:
O termo “epígrafe” vem do grego (epigraphé)
que significa “escrita na posição superior”. Ela é muito utilizada em artigos,
resenhas, monografias, e surge acima do texto, indicado por uma frase
semelhante ao conteúdo que será desenvolvido no texto.
Citação:
O termo “citação” deriva do latim (citare)
e significa “convocar”. Nesse caso, utilizam-se as próprias palavras de um
texto-fonte, referida por meio de aspas e itálico já que se trata da enunciação
de outro autor. Do contrário, se a citação não apresentar a fonte, ela é
considerada “plágio”.
Alusão:
O termo “alusão” é derivado do latim (alludere)
e significa “para brincar”. É também chamado de “referência”, de forma que faz
uma referência explícita ou implícita ao texto-fonte.
Hipertexto: hipertexto (também chamado de hipermídia) é um texto dentro de outro texto e
originalmente é uma espécie de obra coletiva e se assemelha ao pastiche.
Pastiche:
diferente da paródia, o pastiche artístico e literário trata-se da imitação de
um estilo ou gênero e, normalmente, não apresenta um teor crítico ou satírico.
O termo “pastiche” é derivado do latim (pasticium),
que significa “feito de massa ou amálgama de elementos compostos”, uma vez que
produz um texto novo, oriundo de vários outros.
Tradução:
o termo “tradução” deriva do latim (traducere)
e significa converter, mudar, transferir, guiar, de forma que transforma um
texto de uma língua em outra, fazendo uma espécie de recriação do texto-fonte.
Bricolagem:
ocorre por meio da “colagem” de diversos textos, ou seja, um texto é
constituído a partir de fragmentos de outros, e por isso, se aproxima do
conceito de hipertexto. É um tipo de intertextualidade muito utilizado na
música e na pintura.
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