domingo, 23 de fevereiro de 2020

O Cemitério Frei Timóteo

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Youssef El Kadri, administrador do Cemitério Frei Timóteo, em Jataizinho, cita que os restos mortais de Frei Timóteo estavam enterrados desde 3 de agosto de 1895 na capela da fazenda de Antonio Ciappina, localizada na margem esquerda do Rio Tibagi, numa área pertencente à Ibiporã. Questionado se o frei deixou parentes no Brasil, El Kadri não soube dizer, porém afirmou ser constante a visita de fiéis, pioneiros e indivíduos que procuram manter a lembrança de Frei Timóteo. “Há relatos que a professora Adélia Antunes providenciou o traslado dos ossos em 1940 para o atual cemitério, criado em 1939. O túmulo do Frei Timóteo foi pago pelo ex-prefeito Antônio Brandão de Oliveira, sendo que ele também colocou o busto em bronze na praça, em frente à igreja. O local, ponto de encontro e de festas, também leva o nome de Frei Timóteo. Ambas as situações aconteceram em meados dos anos 60. Após a criação do cemitério, muitas famílias enterraram os restos mortais de pioneiros que estavam sepultados em propriedades rurais”, declara.
El Kadri trabalhava no ramo funerário desde 1971 em Ibiporã, quando em 1981 recebeu o convite do ex-prefeito Evilásio Rangel Cordeiro para prestar o serviço na cidade. Já em 1970 a situação era caótica e o local não comportava o sepultamentos. Os terrenos e as ruas eram desalinhados, não havia jazigos para sepultamento, ossuário, banheiro e capela. O prazo da exumação vencia e os corpos não eram retirados das covas. Por conseqüência os novos enterros eram sobre os existentes. Há muitos sepultamentos repetidos e alguns caixões estão próximos ao solo. Com a reorganização entre 1998 a 2013, foram realizados todos os alinhamentos possíveis e construídas 58 ruas, calçadas, implantada a energia elétrica, vinte torneiras, capela, banheiro e ossuário de 32 metros com separação e classificação de ossos. Há cerca de 50 terrenos ocupados de forma rotativa e uma fila para comprar jazigos, porém isso não é permitido e o comercio de túmulos ocorre somente em caso de morte. “Fui convidado pela Câmara Municipal para dar sugestões. É impossível construir outro cemitério devido questões ambientais. O município é cercado por rios e deve-se preservar o solo e os lençóis freáticos. Além disso a construção de um novo cemitério tem custo elevado, como preparo de subsolo, terraplanagem e depósito de lixo”, diz El Kadri, que catalogou quase todos os sepultamentos. No entanto, os mais antigos não estão registrados, pois no passado os falecidos eram sepultadas em locais diferentes, como propriedades rurais. Hoje são mais de 7428 sepultamentos ordenados desde 1964.
Em busca de uma solução, o prefeito Dirceu Urbano cita que há desde 2016 a intenção de ampliar o espaço. Ao procurar documentos para entregar ao IAP (Instituto Ambiental do Paraná) no intuito de fazê-lo, descobriu que o terreno de 12798m² era do Estado do Paraná. “Juntamos a documentação e reivindicamos o terreno, que foi cedido no final de 2107. Em breve será construída mais uma capela, duas salas de velório e ampliaremos em mais 470 metros o local para edificar novos túmulos. Uma das possibilidades é usar o terreno ao lado, hoje pertencente à rodoviária”, cita o prefeito, que comemora a conquista para Jataizinho.

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