sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Em Londrina, Nossa Terra conquista leitores na Padaria Kotovelos e na Banca do Tito


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Há mais de dez anos circulando em Ibiporã, o Nossa Terra também é visto em Jataizinho e Londrina, como na Banca do Tito e na Padaria Engenho Doce, onde o proprietário é José Luis Melo. Simpático e humorado, os clientes brincam com Melo, dizendo que ele é sósia do ator norte americano Jack Nicholson, o mesmo que interpretou o Coringa no filme “Batman”.
Estabelecido no ponto há 15 anos, a Engenho Doce está na Rua Riachuelo 42, sendo popularmente conhecida como Padaria do Kotovelos, em referência ao antigo Bar Kotovelos, que funcionou no local e está localizado a alguns metros adiante. A padaria está em frente ao Colégio José de Anchieta e ao posto de combustíveis da Avenida Higienópolis, que tem bastante movimento durante o dia e a noite. “A padaria era perto da Confepar e da UEL. Resolvi investir na área central e descobri o espaço. Apesar da proximidade com o Colégio Anchieta, os alunos não são os principais leitores de jornais, mas sim o público adulto”, diz José, que tem preço baixo, qualidade e variedade nos produtos, como a saudosa Sodinha, que vende mais que Tubaína e Coca Cola. “Abro às 5hs30, asso pães, salgados e frito o delicioso pastel de carne, um dos mais pedidos no balcão”, complementa.
A distribuição do Nossa Terra, gratuita, tem bastante procura e tornou-se tradicional. “Muitas pessoas de Ibiporã vem à padaria e ficam contentes de ver um jornal da sua cidade. E mesmo quem é de Londrina, leva-o para casa ou quando toma um café, folheia suas páginas”, relata.
Considerando-se tradicional, ele observa que o público da televisão está se ampliando e a população está deixando de ler o jornal impresso devido alguns periódicos serem vendidos. No entanto ainda existe, como ele, leitores tradicionais de impressos. “Todos os dias leio. É um hábito cultural desenvolvido na juventude”, pontua.
Outro ponto de distribuição em Londrina é a Banca do Tito, localizada há mais de 43 anos na Galeria do Centro Comercial e próxima aos Correios, Biblioteca e antigos cines Londrina e Vila Rica. “O periódico mais antigo que trabalho é a revista Veja. Mas há outras publicações como a Quatro Rodas e Seleções. Entre os gratuitos, um que tem bastante destaque é o Nossa Terra. O público das bancas é mais conservador e parte da juventude, infelizmente não compra jornais e revistas”, declara Tito. Devido a essa mudança no mercado, a Editora Abril, por exemplo, está encerrando algumas publicações. Ele teve que diversificar e vender produtos diferenciados como Vale Sorte, recarga de celular e apostila de concurso público. Até os mapas rodoviários já não são comercializados desde 2015.
Se parte da juventude perde o interesse, ele ressalta que o público feminino ainda o procura bastante, principalmente atrás de revistas como a Moda Moldes, Manequim, Marie Claire, Cláudia, Boa Forma, Caras, Ana Maria, Malu e outras que abordam novelas. “No auge das bancas, quando não havia internet, se compravam caça palavras e gibis, principalmente para as crianças de dez anos e em especial as edições comemorativas, como as que a Disney lançava no Natal. Era uma forma de presentear as crianças. Alguns pais ainda têm esse hábito. Isso é consequência da internet, vídeos e televisão, que toma mais espaço. O impresso, como jornais e revistas, tem um texto mais profundo que alguns conteúdos da internet. Tamanha profundidade possibilita ao leitor maior reflexão e absorção de conhecimento e informação”, pontua Tito. 


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