Uma
cena comum em Ibiporã é o aglomerado de pessoas na Praça Pio XII, que
diariamente jogam baralho. Osvaldo Vicentino, de 77 anos, é um deles. Frequentador
assíduo das rodas de baralho, há cerca de doze anos ele se aposentou como
servidor publico, sendo que ali, ele se reúne com amigos. “Moro no Las Vegas e
todos os dias, às sete horas da manhã começamos as partidas, onde fico, mais ou
menos, até a hora do almoço. Somos em oito pessoas que variam os parceiros.
Mas, sempre que posso jogo com meu irmão, o Nelson Vicentini. Diariamente, mais
de 40 pessoas jogam baralho na praça, sendo no estilo “leite de pato”, ou seja,
não vale nada, apenas a diversão”, cita
O
aposentado recorda que o local é antigo e a estrutura foi construída pela
Prefeitura. “O trucódromo tem cobertura, banheiro, mesas e bancos. Trazemos toalha
para cobrir a mesa, baralho e fichas de marcar pontos. No decorrer do jogo os
ânimos se exaltam e a gritaria é alta, principalmente à tarde. Aqui o baralho corre
solto o dia todo, de domingo a domingo. São seis mesas de concreto e se quiser
jogar é só ficar de lado que logo alguém chama para a parceria no truco ou
escopa”, afirma.
Questionado
sobre a origem do “trucódromo”, Osvaldo Vicentino relata que os idosos se
reuniam nos fundos da Igreja Matriz, no antigo campo de bocha, para jogar
baralho. No entanto a igreja fez diversas construções no local e o “trucódromo”
foi reinstalado na praça.
Outro
frequentador assíduo é Sidnei Aparecido, morador da Vila Romana. “As partidas
começam em torno das seis horas da manhã. A maior parte é de aposentados, sendo
que alguns vêm de Londrina e Jataizinho para jogar”, relata.
Nelson Oliveira
Barbosa, morador da Serra Pelada, confirma a fala de Sidnei Aparecido. “Há mais
de 40 anos o pessoal faz o carteado aqui na cidade. É proibido jogar valendo
dinheiro. Porém fazemos uma vaquinha para comprar batidinha de amendoim e
jurubeba. Cada um toma um golinho e se sociabiliza. Agora, jogar valendo
dinheiro, é só no campo de bocha. Aqui já é uma gritaria e converseiro, imagina
se valesse? Pode até dar confusão”, diz aos risos.
Nesse
clima de jogo e amizades, apelidos não faltam, como “rato velho”, velho gordo”,
“barrigudo”, “espantalho”, “velho carçudo”, “bêbado”, “trouxa”, “bocó” ou
“ladrão”. Brincadeiras a parte, o jogo vai até as 18 horas. A partir deste
horário encosta a “pingaiada” e os “maconheiros”, tornando o ambiente mais
pesado.
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