O vereador Orlando Ferreira é atuante na área de assistência
social há mais de 40 anos, principalmente no auxílio aos dependentes de álcool
e drogas. Aos 77 anos, ele é casado com Nicéia Assis, pai de Gislaine Ferreira (53),
Orlando Júnior (51), Marcelo Ferreira (48) e Marcos Paulo (41), além de ter
oito netos e dois bisnetos. Vereador por cinco mandatos (1977-1982/1983-1988/1989-1992/1996-2000/2013-2016),
ele é pioneiro e chegou à cidade em meados de 1939 com um ano. Mas, com a morte
do pai, logo começou a trabalhar na selaria da família, localizada na Avenida
Paraná. “Tive uma infância difícil. Após a morte do meu pai ajudei no sustento
da minha mãe e de mais doze irmãos. Éramos pobres, dependíamos da ajuda de
outras famílias, amigos e parentes para sobreviver”, recorda Orlando, que mesmo
perante as dificuldades sempre carregou valores morais, do trabalho e a fé
cristã.
Tendo o trabalho como um exercício
da dignidade, aos dez anos ele fazia todas as atividades da selaria. “Na
banqueta costurava a mão com duas agulhas grandes o couro para fazer arreio de
montaria, de cavalo, para carroças, guaiaca e outros produtos”, recorda. Ao ficar
um pouco mais velho, viu que a selaria era algo complicado e buscou uma
oportunidade nas Pernambucanas como auxiliar de serviços gerais quando tinha 14
anos. Posteriormente atuou na Casa Lopes, um comércio de secos e molhados.
“Disse ao José Lopes, dono da loja, que precisava trabalhar e que possuía
experiência em medir tecido. Com sua aprovação comecei no mesmo dia de
balconista, vendendo cereais e produtos alimentícios a granel. A loja também
comercializava tecido, chapéu, calçados, bicicleta, rádio, bijuterias e demais
itens. Fiquei cinco anos e posteriormente fui trabalhar nas Lojas Fuganti em
Londrina”, relata. Ele cita que devido às dificuldades de transporte na época,
havia um dormitório para os funcionários, próximo a Catedral, onde ficava a
semana toda e retornava a Ibiporã aos fins de semana. “A Fuganti possuía vários
departamentos e eu atuava na área masculina. Também havia setores de calçados, tecidos,
feminino, artigos para crianças, relojoaria e até uma casa de chá, frequentada
pela alta sociedade na época. Isto foi em meados de 1958 no auge no café”, diz.
Com a saída da Fuganti
ele retornou para as Pernambucanas de Ibiporã onde foi vendedor. Nesta época
conheceu a esposa Nicéia Assis, que havia se mudado recentemente para a cidade.
Com cinco anos de atuação na loja, ele resolveu sair e montou a Mercearia do
Orlando na Rua Souza Naves. Posteriormente foi mascate e depois abriu três
lojas, a Gigi, que atuava no ramo de confecções, aviamentos e presentes. Mesmo
no ramo comercial, Orlando Ferreira sempre atuou nas causas sociais, tanto que
em 1975 fundou um grupo destinado a recuperação de alcoólatras. “Nunca bebi,
fumei ou arrumei briga. Sempre freqüentei a igreja e tenho valores morais e éticos,
pois a perda do meu pai me obrigou a trabalhar para ajudar no sustento da
família e também a economizar. Passei muitas dificuldades, mas sempre tive
caráter e personalidade, algo importante na vida de qualquer pessoa”, pontua.
Nenhum comentário:
Postar um comentário