Para comemorar os 123 anos da morte de Frei Timóteo, a Paróquia
Imaculada Conceição, junto com Prefeitura de Jataizinho e a Rádio Comunitária
Nova Geração, fizeram diversas atividades, como a revitalização do Distrito de
Frei Timóteo, a edificação de um mausoléu e uma capela onde estão os túmulos da
pioneira Adélia Antunes e dos padres José Cerdan e Frei Timóteo. O padre José
de Lima, atual pároco do município, tenta manter presente na memória de
Jataizinho a figura ilustre do Frei Timóteo.
Nascido na Itália, em Castelnuevo Magra, no dia 6 de fevereiro de
1823, Frei Timóteo foi ordenado sacerdote em 18 de janeiro de 1848. Em 16 de
janeiro de 1851 ele chega ao Brasil, no Rio de Janeiro. Na época a capital do
Império era aturdida por um surto de febre amarela e o Frei Timóteo assistiu
aos doentes no lazareto de Santa Izabel até 22 de agosto de 1952. Neste ano, o
bispo de São Paulo, Dom Antônio Joaquim de Mello, ao conhecer os dotes
sacerdotais do frade, pediu-o para lhe ajudar na diocese, onde foi pároco de
Santa Bárbara e Monte Mór. Somente em 6 de dezembro de 1854 que ele chega a Jataí,
onde se dedica a catequese dos índios até 18 de maio de 1895. Há cerca de 123
anos, após ter vivido meio século no Brasil e governado no Paraná o aldeamento
de São Pedro de Alcântara por 40 anos, 5 meses e 12 dias, o frei veio a
falecer.
Padre Lima ressalta que Frei Timóteo tem muita importância na
questão dos aldeamentos indígenas e na Colônia Militar do Jataí. Os índios
catequizados faziam diversos trabalhos relacionados à edificação da colônia, na
agricultura, além de serem exímios canoeiros que transportavam mantimentos,
viveres, armas e soldados, principalmente para as batalhas da Guerra do
Paraguai, entre 13 de dezembro de 1864 a 1º de
março de 1870.
Desde
quando chegou a cidade, o padre Lima estuda a vida de Frei Timóteo. Ele cita
que o povo carrega muitas histórias e há documentos, não apenas aqui, mas também no Rio de Janeiro, que comprovam a veracidade
do Frei na região. “Essa história, vivida na comunidade deve ser valorizada por
conta de Jataizinho ser o berço da colonização do Norte do Paraná. O potencial
para o turismo é grande, não apenas no aspecto rural e ecológico, mas porque
não o religioso, como acontece nas rotas religiosas e santuários da região? Há
uma dimensão mística e religiosa a partir dos santuários e peregrinações. E,
para se criar algo de novo, não basta apenas vocação, mas também atitude. Muitos
religiosos visitam o túmulo de Frei Timóteo, sendo que os fiéis demonstram uma
crença muito grande e, por isso o sonho de fazer o mausoléu e a capela, de modo
simples, mas para homenagear o Frei, além de ser um local onde a população
visite nossos intercessores Adélia Antunes e José Cerdan, que muito rezavam em
vida e porque não, ainda rezam e intercedem por aqueles que aqui estão conosco”,
afirma.
É importante citar que Frei Timóteo ajudou a construir nossa
comunidade religiosa. Após ele vieram os padres José Cerdan, Frei Jerônimo,
além dos bispos Sérgio e Donizete, antigos párocos em Jataizinho. Padre Lima,
como sacerdote, leva em consideração o patrimônio da paróquia no sentido de
valorizar a comunidade e assim ter mais efeito o trabalho de evangelização. “Celebrar
Frei Timóteo não é apenas relacionado ao âmbito religioso, mas representa a
cultura do município”, pontua.
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