Com o
estilo peculiar, usando roupas coloridas, barba comprida, anéis, unhas pintadas
e correntes, facilmente pode se confundir o Dé Rico com o José Rico, falecido em
2015. Tamanha similaridade dá mais vida ao cover que está fazendo muito sucesso
na região. Toda essa produção não é ao acaso. Dé Rico assistiu vídeos para copiar
trejeitos, gestos, roupas e o ato de colocar a mão no ouvido, algo único, que
era na verdade uma forma de obter retorno na voz.
Ao
sair do “personagem”, Dé Rico torna-se Adriano Esteves, nascido em Rondonópolis
e que há cerca de 44 anos foi para Cuiabá tentar a vida artística. “Sou cover dele
há cerca de quinze anos. Tinha o nome artístico de Adriano Esteves, mas o
repertório era composto de 70% das músicas do Milionário e José Rico. Mas um
dia, ao me apresentar numa casa noturna, junto com o cover do Elvis Presley,
notei que ele cantou dez músicas e obteve um cachê elevado. Quanto a mim, cantei
a noite toda e recebi bem menos. A partir dali resolvi me tornar cover. Deixei a
barba crescer e criei um figurino parecido com o do Zé Rico. Em 2009 jantei com
ele em Rondonópolis e recebi autorização para seguir em frente”, revela.
Antes
do cover, em meados de 1973 ele se apresentava em circos, festivais, além de
fazer dupla em Campo Grande com Aurélio Miranda, cantando em bares e
restaurantes. Foi numa destas apresentações, para a TV Gazeta em Cuiabá, que teve
a oportunidade de cantar para mais de 35 mil pessoas. “A recepção do público é
excelente. Tamanha verdade que no Japão existe o programa Estrada da Vida.
Durante meia hora são tocados sucessos de Milionário e José Rico. Hoje em dia,
tenho público cativo de pessoas mais velhas que transmitem a cultura caipira
aos mais novos. Além do Milionário e José Rico, fazem parte desta cultura
Tonico e Tinoco, Tibagi e Miltinho e demais cantores falam em versos o que
acontece no campo”, pontua.
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