Setembro é um mês especial para Geni Barbosa Rossi, pois é quando
ela completa cem anos de vida. A matriarca vive com a filha Aparecida das
Graças Rossi Uliano (63) há cerca de trinta anos, quando o esposo Balduino
Rossi faleceu. Vindos de Miraí (MG) em meados de 1957, tiveram os filhos Daise,
Aparecida, Sebastião, José, Antônio Gonzaga (do Mercado Ponto 10), Ana Maria,
João Rossi, Pedro Manoel, José Domingos, Penha e Jesus. “Quando meus pais
chegaram ao Paraná eu tinha seis anos. Eles trabalharam nas lavouras de milho,
feijão e arroz como forma de subsistência e também na colheita do algodão. As
famílias tiravam o sustento da terra e o excedente se comercializava. Nestes
cem anos ela viu os filhos irem trabalhar cedo e adotou mais quatro crianças,
filhos de pais que não tinham condições de criá-los”, diz.
Responsável por diversas
funções da propriedade localizada na Seção Coqueiro, Geni Rossi cuidava dos
filhos, pegava água na mina com bacias para limpar a casa e lavar roupas,
criava e alimentava animais e fazia algo tradicional: levar o almoço para quem
trabalhava na lavoura. Mas, com o tempo e os filhos crescendo, os mais novos
vislumbraram na área urbana uma oportunidade de estudar e ter um crescimento
profissional. Eles iam da Seção Coqueiro até Jataizinho a cavalo. Devido a
jornada cansativa, decidiram morar na cidade. “Em 1969 meu pai vendeu parte do
sitio e comprou uma casa na Rua Joaquim Francisco Lopes, próximo a delegacia.
Não conseguindo manter a distância, minha mãe (Geni) resolveu morar na cidade e
com o passar dos anos meu pai (Balduino Rossi) teve a mesma atitude.
Trabalhando como guarda na prefeitura ele se aposentou, mas infelizmente
adoeceu e veio a falecer”, relata Aparecida.
A
vida de uma centenária não é fácil e devido a isto ela necessita de auxilio. Apesar
da dificuldade ela frequenta o Apostolado na Igreja Católica há mais de 50
anos. Para quem não conhece, o Apostolado é um grupo de pessoas da Pastoral da
Oração que leva a palavra da Biblia as comunidades. Devido os 50 anos de
participação ela ganhou um título, algo raro de acontecer. “Sempre cuidei dela,
mas há cerca de dez anos ela é auxiliada por uma equipe de enfermagem. Antes
disto ia ao mercado, igreja e outros lugares sozinha. Mesmo com as enfermeiras
a disposição, ela se preocupa com os afazeres do lar, como por exemplo pedindo
para a enfermeira ver se o feijão está no ponto”, finaliza.
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