sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Os 100 anos de Geni Barbosa Rossi (Publicado em fevereiro de 2016 no Folha de Jataizinho)


Setembro é um mês especial para Geni Barbosa Rossi, pois é quando ela completa cem anos de vida. A matriarca vive com a filha Aparecida das Graças Rossi Uliano (63) há cerca de trinta anos, quando o esposo Balduino Rossi faleceu. Vindos de Miraí (MG) em meados de 1957, tiveram os filhos Daise, Aparecida, Sebastião, José, Antônio Gonzaga (do Mercado Ponto 10), Ana Maria, João Rossi, Pedro Manoel, José Domingos, Penha e Jesus. “Quando meus pais chegaram ao Paraná eu tinha seis anos. Eles trabalharam nas lavouras de milho, feijão e arroz como forma de subsistência e também na colheita do algodão. As famílias tiravam o sustento da terra e o excedente se comercializava. Nestes cem anos ela viu os filhos irem trabalhar cedo e adotou mais quatro crianças, filhos de pais que não tinham condições de criá-los”, diz.                     
Responsável por diversas funções da propriedade localizada na Seção Coqueiro, Geni Rossi cuidava dos filhos, pegava água na mina com bacias para limpar a casa e lavar roupas, criava e alimentava animais e fazia algo tradicional: levar o almoço para quem trabalhava na lavoura. Mas, com o tempo e os filhos crescendo, os mais novos vislumbraram na área urbana uma oportunidade de estudar e ter um crescimento profissional. Eles iam da Seção Coqueiro até Jataizinho a cavalo. Devido a jornada cansativa, decidiram morar na cidade. “Em 1969 meu pai vendeu parte do sitio e comprou uma casa na Rua Joaquim Francisco Lopes, próximo a delegacia. Não conseguindo manter a distância, minha mãe (Geni) resolveu morar na cidade e com o passar dos anos meu pai (Balduino Rossi) teve a mesma atitude. Trabalhando como guarda na prefeitura ele se aposentou, mas infelizmente adoeceu e veio a falecer”, relata Aparecida.                                                                                                  
A vida de uma centenária não é fácil e devido a isto ela necessita de auxilio. Apesar da dificuldade ela frequenta o Apostolado na Igreja Católica há mais de 50 anos. Para quem não conhece, o Apostolado é um grupo de pessoas da Pastoral da Oração que leva a palavra da Biblia as comunidades. Devido os 50 anos de participação ela ganhou um título, algo raro de acontecer. “Sempre cuidei dela, mas há cerca de dez anos ela é auxiliada por uma equipe de enfermagem. Antes disto ia ao mercado, igreja e outros lugares sozinha. Mesmo com as enfermeiras a disposição, ela se preocupa com os afazeres do lar, como por exemplo pedindo para a enfermeira ver se o feijão está no ponto”, finaliza.


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