quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Dicas de filmes, por Aldo Moraes

Com tradução do livro de Kazuo Ishiguro (The remains of the day) para o cinema, “Não me abandone jamais” é estrelado por Crey Mulligan e Keira Knightley. Ele é triste, intenso e deve ser visto por quem não se importa em chorar com a alma tocada por crianças internas num abrigo inglês e que são clones produzidos para serem doadores de órgãos. O filme mostra a luta dos jovens, a esperança vã de um destino modificado, a dor do amor impossível, a contagem do tempo que funciona para trás e a falta de identidade. Tudo é pontuado com a comovente música escrita por Rachel Portman.                                     
A animação ”O Gato de botas” é divertida e bem realizada pelas mãos do diretor Chris Miller. Vi a cena final com a sensação de que o gato que conheci na literatura é diferente: foi domesticado aos novos costumes de uma sociedade politicamente correta e pouco afeita a homens e bichos de personalidade, além de haver algum desvio de caráter...                                                          
Glenn Close é milimetricamente precisa e econômica no papel do homem Albert Nobbs, nome do filme que retrata a angústia de uma mulher que há 30 anos é mordomo num hotel. Ela vive como homem e se mantém ausente do mundo e acalenta o sonho de ter uma pequena tabacaria. No tempo do quase impossível, um amor é tema que comove e traz na direção de Rodrigo Garcia e co-produção de várias empresas de cinema, uma delicadeza de roteiro e um final surpreendente.                                                                                                       
Exibido no Brasil com o titulo de “Um mestre em minha vida”, baseado no livro de Athol Fugaro e estrelado por Freddie Highmore e Ving Rhames, este filme é uma abordagem naturalista da amizade entre o garçom negro Sam e o menino branco Hally. Isto na África do Sul dos anos 50. O tema que poderia partir para o panfletário e o contexto político (já bastante debatidos) se concentra nas diferenças e afinidades, não entre um velho negro e um menino branco, mas entre os seres humanos.
                                                                                        
Para quem aprecia suspense e terror, indico “A mulher de preto”, que traz o ator Daniel Radcliffe como o atormentado e jovem advogado Artur que vai a uma vila inglesa para tratar de um inventário e se depara com segredos obscuros na mansão onde fica hospedado. Daniel protagonizou nos cinemas a saga Harry Potter e se mostra maduro e pronto para novos desafios.                                 
E finalmente, o roteiro de Mariana Calfabiano e Eduardo Jardim, com direção da própria Mariana tornam a busca da grande jequitibá rosa numa aventura em "Brasil animado, Stress e Relax". A animação é irresistível, de didática descontraída e recomendável para ensinar um pouco de história, cultura, culinária e geografia às nossas crianças. Diverti-me com a animação nacional de grande qualidade, com dois personagens engraçados e cuja película traz um imenso e honesto amor ao Brasil.       
                                                              
O cinema integra literatura, teatro, dança, música, história e cidadania e o que está na “telona” serve para repensar nossas ações. Além de diversão e fazer cultural, o cinema é aprendizado e formação ao público jovem.

Nenhum comentário: