sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Sargento oferece barcos para navegação e pesca no Tibagi



O amor ao Tibagi e a pesca fez José Antônio Vieira Marcondes construir sete barcos destinados a pesca e navegação. Figura popular de Jataizinho ele é conhecido por Sargento, devido ser policial aposentado. “Sou da reserva há 18 anos. No passado a Banda de Música do 5º Batalhão em Londrina estava aceitando inscrições e me candidatei. Na época tinha 23 anos e fui aceito. Durante anos vivi entre Londrina e Jataizinho”, diz Sargento, que desde criança era músico da Assembléia de Deus.
Nascido na Ponte Seca, no Distrito da Água do Tigrinho, antes de ser policial ele já era pescador. No período como militar abandonou a pesca, mas não o rio. Por conta disto ensinou a esposa Maria Mercedes técnicas para continuar o trabalho. “A Maria Mercedes é uma excelente companheira. Nasceu na Fazenda São José em Rancho Alegre e por muitos anos foi professora”, cita.
Com a aposentadoria, tempo ocioso, amor a pesca e ao Tibagi, Sargento, junto com Celso Pereira (filho do ceramista Vicente Pereira), há cerca de dez anos fizeram os barcos e abriram nas margens do rio, próximo a Cerâmica VP, um local destinado a pesca e locação de barcos. “Locamos o barco e mostramos locais para “apoitar”. Aqui é um local público onde as famílias passam o fim de semana. Por isto existem algumas regras de comportamento e conduta, como evitar o uso excessivo de bebidas alcoólicas, além de ser proibido, de acordo com a Força Verde, cavar a margem do rio em busca de minhocas”, relata. Outra recomendação é para os visitantes recolher o lixo gerado. “É comum eu incinerar objetos como roupas íntimas. Devemos ter consciência ambiental e preservar a natureza. Isto torna o ambiente agradável”. Quanto a locação ela custa trinta reais o dia todo. Porém o barco não tem motor. Sua tração e navegação são por remos. Apesar do trecho calmo, obrigatoriamente deve-se usar colete salva-vidas.
O colete ajuda a manter a estatística da inexistência de acidentes e mortes por afogamentos. Ainda assim, Sargento fica de prontidão com o barco motorizado e auxilia quem não tem experiência. Ele relata que próximo ao ancoradouro há um canal com doze metros de profundidade. Mas existem locais na margem de Ibiporã que a profundidade varia entre dois a três metros. Rio abaixo a correnteza é mais forte e o local foi batizou de “Tira Fubá”. “Antigamente havia mijolas, rodas d'água e moinhos que debulhavam e moíam milho para obter fubá. Por isto o nome. Meu avô por muitos anos viveu em frente à Ilha da Japonesa e dizia que as corredeiras giravam os moinhos bem rápidos”, afirma.
É notório que o pescador conhece histórias e “estórias” do rio. Uma delas que habita o imaginário popular de Jataizinho é de uma ilha no Tibagi onde vivem onças, jaguatiricas, jacarés, sucuris, macacos e outros animais selvagens. Sargento desmitifica a lenda e afirma que é tudo invenção. No entanto, às margens do rio vivem capivaras, tatus e lagartos. Quanto às ilhas, elas são de grande quantidade e é impossível adquiri-las. “A Marinha não permite a posse das ilhas. Elas pertencem à natureza, aos animais e servem de abrigo aos pescadores que ali descansam ou pernoitam”, relata. Ele recorda que ao edificar uma casa numa ilha teve prejuízos devido à enchente arrastar o imóvel e tudo que havia nele”, diz. Ele também fala que após a construção da Usina de Mauá, a responsabilidade pelo monitoramento hidrológico do Tibagi em Jataizinho está por conta da Duke Energy. A Força Verde fiscaliza a navegação, pesca e se as embarcações estão regulares quanto às condições de manutenção, taxas e habilitação dos condutores.
Apesar de ser um local destinado a pesca, acampamento e recanto familiar, Sargento relata que os barcos são de grande valia a população que mora as margens do rio quando há enchentes. “Na última cheia do Tibagi resgatamos muitas famílias ilhadas após os imóveis ficarem completamente em baixo d água e as famílias abrigadas nos telhados. Uma cena angustiante. A prefeitura ajudou com a gasolina em estamos abertos a parcerias com a Defesa Civil no intuito de ajudar a população. Além disto, observo que durante o dia o rio fica baixo e a noite, quando são abertas as comportas da Usina de Mauá é notada uma diferença, como se o Tibagi estivesse mais cheio. Não posso afirmar que isto representa um risco para a cidade, mas na última enchente o rio ficou mais de cinco metros acima do normal e os barcos foram parar quase na linha de trem, o que dá uma distância maior de vinte metros do local original”, pontua.
Os barcos para locação do Sargento ficam as margens do Tibagi, na estrada que vai para Frei Timóteo, quase de frente a Olaria do Vicente Pereira. Mais informações podem ser obtidas no telefone 98407 2334.


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