sábado, 22 de fevereiro de 2020

Bar Jatay é ponto de romeiros, jogadores de sinuca e apostadores do Jogo do Bicho.


Jataizinho foi o berço do Norte do Paraná, além de ter um povo festivo. Uma das particularidades do município na sua entrada são os pequenos comércios como bares e lanchonetes. Um desses locais é o Bar Jatay. O prédio (na Avenida Carmela Dutra, 301) foi construído há mais de 40 anos e abriga o estabelecimento há duas décadas                                                                   
A proprietária, Eliana Cristina Alves, trabalha no bar com o esposo Ademir Alves. A comerciante disse que já viu muitas situações engraçadas e tristes, como a de fregueses que beberam tanto, ao ponto de serem levados embora de carriola ou que dormiram ali mesmo, na porta do bar. Outro atrativo, segundo Eliana, é a sinuca, onde os fregueses “ferram” a mesa durante a semana e principalmente no domingo de manhã, onde muitos se espremem na porta no intuito de ver as partidas. “Já cansei de vender salgados e bebidas fiado, uma prática perigosa devido os calotes. Também foram inúmeras às vezes que os clientes consumiam bebidas e saiam sem pagar. Tinha que ir atrás e dar um puxão de orelha”, recorda.
O Bar Jatay fica próximo a ponte do Rio Tibagi. Por ser um local alto não sofre com as enchentes corriqueiras na época de chuvas. Mas por estar próximo a BR 369, com freqüência a clientela é testemunha de acidentes com veículos que entram nas casas e comércios próximos. Outro fato curioso, por conta da rodovia, é a presença de andarilhos e romeiros que vão para o Santuário de São Miguel Arcanjo, em Bandeirantes e para Aparecida do Norte. “Os romeiros seguem a pé ou de bicicleta. Quando retornam deixam lembranças, como as fitas de Nossa Senhora de Aparecida”, relata.
O bicheiro João Lucas dos Santos também atua no Bar Jatay. Com a morte do pai José Maria Pereira, ele teve que assumir a função para sustentar a casa. “Meu pai fazia jogo do bicho aqui há mais de 40 anos e desde criança eu o acompanhava”, cita. Quanto aos jogos e bichos sorteados, ele relata que são diversos e as apostas variam de dez centavos a cento e cinquenta reais. “Essa aposta de 150 reais teve um prêmio de 1800 reais. O maior valor ganho aqui foi de 4800 reais”, recorda.
 As apostas variam de milhar, centena, grupo, dezena, unidade, centena combinada seca e assim por diante. Neste arcabouço o que não faltam são histórias de sonhos e situações que resultam numa combinação de números. “Um cliente sonhou que pescava. Ele jogou na águia e ganhou. Há outros que vêem placas de veículos, como de caminhões que passam na rodovia e fazem suas apostas. Sempre deixo o Livro dos Sonhos na banca para as pessoas lerem e tentar interpretar o que é representado no subconsciente através dos sonhos. Por incrível que pareça, os apostadores ganham. Outra técnica comum é jogar um palito de fósforo num copo com café. A imagem da fumaça, no liquido, para muitos representam um bicho do jogo, como urso, touro, vaca ou veado”, pontua.




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