sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Jack Berraquero: O artista do Jardim San Rafael que brilha na televisão

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Ao sair de Ibiporã para tentar a vida artística no Rio de Janeiro, José Berraquero, conhecido por Jack Berraquero, não imaginou que contracenaria com artistas da Rede Globo e do cinema internacional, como Selton Mello, Renato Aragão, Evandro Mesquita, Marco Nanini e outras celebridades. Filho caçula de Antonio Berraquero e Iraci Fernandes Dias Berraquero, entre os treze irmãos, foram as irmãs que colocaram nele o apelido de Jack. Isso foi há 36 anos em Abatiá, onde nasceu e após onze anos, veio morar em Ibiporã, no Jardim San Rafael, em específico na Rua Uraí, local onde a família reside até hoje. Do bairro que viveu a infância, na memória paira a época de estudante no colégio San Rafael e posteriormente no Olavo Bilac, onde foi orador na formatura da turma. “O nome Berraquero é espanhol, mas existe muita confusão. Muitas vezes sou chamado de Barraqueiro. Talvez essa confusão tenha ajudado a escolha na carreira artística, devido a minha família ser muito brincalhona com a situação do nome, além de sermos grandes contadores de histórias”, relata Jack, que mesmo sendo um artista internacional, preserva um pouco da timidez.
O interesse pela arte se intensificou após ele assistir o filme “Cidade de Deus” e ao conhecer, em Londrina, uma agência que levava pessoas da região para atuar como figurantes em novelas da Rede Globo. “Na época, há 16 anos, era 700 reais para ir ao Rio de Janeiro, ficar duas semanas lá e tentar um trabalho de figurante. No entanto, eu tinha apenas 300 reais e propus ir sentado no corredor do ônibus. A dona da agência me pediu para aguardar no caso de sobrar uma vaga, algo que aconteceu. Sem nenhum real no bolso e com uma mochila nas costas cheguei ao Rio de Janeiro na esperança de um trabalho, algo que não se realizou. Mesmo assim conheci a Cidade Maravilhosa e de alguma forma conseguia me alimentar. Sem perspectivas e quase vindo embora, no último dia me convidaram para um trabalho na novela Celebridades. Na cena, o ator Marcelo Faria era bombeiro e salvava um menino que caiu num buraco. Ao retornar para Ibiporã, muitos comentaram a participação. Voltei para o Rio de Janeiro e por dois meses fiz muitas figurações, porém não havia trabalhos maiores. Foi aí que entrei nas aulas de teatro no Retiro dos Artistas e conheci Cico Caseira (já falecido) e Stepan Nercessian. Com mais experiência, durante cinco anos fiz teatro de rua para sobreviver, além de alguns trabalhos nas favelas através da CUFA (Central Única das Favelas). Esse último foi intenso, devido a arte servir como válvula de escape contra as adversidades, como a violência por exemplo”, recorda.
E foi o teatro, que abriu as portas para Jack Berraquero na televisão. Ao se apresentar no Centro Cultural do Banco do Brasil, ele foi convidado para a novela Duas Caras, onde interpretou Jailson, um vendedor de DVDs piratas. Após isso surgiram diversos trabalhos, mas com uma ressalva: alguns personagens morriam no inicio ou meio da trama, seja atropelado, metralhado, queimado ou de outras maneiras cruéis ou humoradas. “Acho que já morri umas 15 vezes na televisão e cinema, algo que o pessoal de Ibiporã comentava aos risos com seus familiares, em especial com minha mãe. Mas outros personagens viveram até o fim, como em Força do Querer, onde quase morri nas mãos da Bibi Perigosa, interpretada pela Juliana Paes. Em Deus Salve o Rei sobrevivi a duas guerras, interpretando Valentim. Outro trabalho foi O Mecanismo, da Netflix. Os diretores Marcos Prado e José Padilha me convidaram para fazer o Faxina, um preso bastante sombrio. Outro trabalho marcante foi com Renato Aragão, o Didi, no filme A Princesa e Vagabundo, onde interpreto um mendigo que rouba o casado do Didi. Outro filme foi o Acampamento de férias do Didi - O mistério do Corsário, onde fiz o Pirata Rato. Na Grande Família trabalhei com Marcos Nanini, fazendo um bêbado. Na cena, o Augustinho Carrara inaugura um busto, não havia texto e fiz no improviso. Outro personagem marcante foi o Cafuringa, na novela Os Mutantes, da Record”, diz.
Em relação ao cinema, aos poucos ele desenvolve um portfólio variado, como em Tropa de Elite e Meu nome não é Jonny, onde conheceu Selton Mello. Após isso, fez o curta metragem “Meia noite morrerei três vezes”, morrendo enforcado, de overdose e com tiro na cabeça. Posteriormente atuou em “Macabro”, um filme inspirado numa história real de dois irmãos necrófilos e ocorrida na região de Nova Friburgo, onde há mistura de ação e policial. Jack Berraquero também foi convidado para o filme “Lima Barreto no 3º dia”, que conta a história do escritor nos três últimos dias que ficou no manicômio. Aqui, Berraquero faz um soldado que se alistou para lutar na guerra, mas que na verdade tinha interesse no uniforme. Atual estrela do comercial da Fox Sports, ele também participou de filmagens para comerciais da Skol, interpretando um mecânico e outra filmagem destinada ao Governo do Espírito Santo.

Quanto ao futuro próximo, em breve será lançada no Multishow a série “A Divisão”, interpretando o policial Emanuel, além do filme “Back to Maracanã”, em parceira com Israel. No teatro, começou a ensaiar uma peça com o ator Osvaldo Mil, que na série “O Mecanismo”, interpreta o investigador Luis Carlos Guilhome. “Ainda não ganhei nenhum prêmio, mas espero isso no decorrer dos anos. Por enquanto, todas as vezes que venho a Ibiporã, sempre me reconhecem na rua, me param para conversar e tirar fotos. Para mim já é uma grande recompensa”, pontua. 

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