Habitantes dessa parte do Brasil, mesmo antes da chegada do homem branco, os kaingangs foram pacificados no período de 1770 a 1930, tendo seus territórios expropriados, perdendo sua autonomia como grupo e seus territórios de caça e pesca. Neste periodo, viviam em florestas e eram arredios à civilização.
Atualmente, os kaingangs vivem essencialmente de três atividades: A agricultura de subsistência, o assalariamento temporário e o artesanato, que são ornamentados e coloridos com tintas industrializadas. As mulheres que detem o saber e a técnica dos trançados, ensinado suas filhas todo o conhecimento sobre esta arte. Habilidosos na produção de cestos e balaios, desde o final do século 19, os objetos artesanais dos Kaingangs tem sido uma alternativa de renda para as familias, além das mulheres cuidarem dos afazeres domésticos e da educação dos filhos, cabendo a meninas a responsabilidade de cuidar dos irmãos mais novos.
A alimentação dos índios kaingangs, era a base de milho e dele, era produzido várias comidas e bebidas, como o kiki, uma espécie de milho fermentado, mistudo com água e mel, que era servido nas festas e rituais indígenas, que tinham muita carne de aves, anta e queixada. Quando mortos, os animais eram moqueados para que se ficassem conservados por bastante tempo. Além dessa técnicas, os índios preparam animais maiores em buracos no chão revestidos com pedras. O fogo, era feito dentro do buraco até as pedras se tornatrem incandescentes, então as cinzas e as brasas eram removidas, e as pedras recobertas com folhas. Por cima era colocada a carne envolta com folhas. Outro alimento importante que os kaingangs utilizavam na sua alimentação era o pinhão. Vale ressaltar que em sua cultura, os produtos pertencem a quem os obteve, mas no momento do consumo, pelas regras de reciprocidade, a produção chega a todas as pessoas.
Outro ponto que marca a cultura kaingang, é que eles preservam a sua língua, sendo que todos os índios da reserva do Apucaraninha, que fica em Londrina, são bilingues, falando o Portugues e o kaingang. Aparentemente, os kaingangs atuais vivem de modo muito semelhante aos não índios e é como se tivessem perdido seus valores antigos e suas tradições, os quais entretanto, permanecem nas camadas mais profundas que orientam todas as suas práticas cotidianas e rituais. Quando se dirigem às matas para caçar ou aos rios para pescar, os kaingangs acionam seus sistemas sociais e simbólicos que orientam e regulam suas relações com os espíritos guardiões das matas e dos rios, com os espíritos dos mortos que podem estar à espreita para fazer contato com um parente vivo.
Desde 1910, procura-se demarcar as terras indígenas no Brasil. Mas o processo nunca foi concluido. Em toda a história, os povos indígenas tem sido expropriados de seus territórios por interesses do capitalismo. Os modos de produção dos povos indígenas são diferentes, tradicionalmente não objetivam a acumulação. Em 1988, com a advinda da nova Constituição, foi definido um prazo de cinco anos para a tal demarcação das terras indígenas. Esgotado o prazo dessa determinação constitucional, em 1993, as terras ainda não estão demarcadas. O território é fator básico na produção e reprodução física, material e simbólica dos grupos indígenas. A identificação, delimitação e demarcação de territórios indígenas exigem conhecimento especifico, uma vez que cada sociedade define e utiliza de maneira muito própria o seu meio ambiente. É preciso garantir aos povos indígenas o direito sobre as terras que ocupam, promovendo a identificação, demarcação, regularização, desintrusão, registro e fiscalização das mesmas, assegurando-lhe a posse e o usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades nelas existentes.
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