segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Aspectos da formação da cultura local (Por Aldo Moraes)


Em tempos de iPOD, redes sociais e caça a Pokémon virtual, a força da expressão cultural das cidades reflete sua formação e a capacidade criativa do povo. O Paraná, por exemplo, é destaque nacional por sua culinária, seus poetas, romancistas e músicos que retratam a paisagem das cidades e festas típicas. Em nossa região, observamos forte tendência em integrar aspectos de religiosidade, expressões indígenas e a ligação da comida com hábitos culturais. É o caso de Ibiporã, cujo nome vem do tupi e remete a terra bonita.     A beleza da arte, arquitetura e o apego ao patrimônio se conectam ao mundo religioso através de igrejas e capelas, o que inclusive gerou o projeto Circuito das Capelas. Isso faz com que fé, cultura e festa estejam juntas no cotidiano da cidade, traduzidas em eventos como as festas juninas e a Rota do Café ou em obras da mais alta importância histórica e cultural, como em Henrique Aragão.            
                                                                                                             
Segundo o Dicionário de Palavras Brasileiras de Origem Indígena (de Clóvis Chiaradia), Cambé tem origem nos idiomas kaingang e tupi guarani. Os registros arqueológicos citam a presença de indígenas nos anos 30, juntamente com europeus, japoneses, paulistas e nordestinos.                                              
A encenação teatral da Paixão de Cristo é um acontecimento que leva milhares de pessoas às ruas e junto com a Festa das Nações, mostra a força dos eventos sintonizados com a fé e a cultura do povo.  São festas que juntam culinária, religiosidade, artesanato, música e aspectos folclóricos da Europa, dos indígenas e dos negros naturalmente assimilados pela miscigenação brasileira.                                                                                                                                            
Londrina recebeu grande contribuição de paulistas, baianos, mineiros e ingleses (de onde vem o nome da cidade) e aconteceu para o Brasil como a Terra do Eldorado através do café. Ao longo dos anos, o café se infiltrou na arte, economia e cotidiano da região, dimensionando seu auge em romances, poemas, peças de teatro, documentários e em nomes de logradouros públicos. Londrina teve grande agitação popular em festas, carnavais, procissões religiosas, vida noturna e universitária. Isso trouxe forte impacto em toda a região e também no surgimento de festivais culturais e de nomes nacionais como Arrigo Barnabé (música), Domingos Pellegrini (literatura) e Márcio Américo (humor).              
                                                                                                    
O fortalecimento de uma cultura própria e do enraizamento de costumes populares advindos da formação e da fusão dos povos pioneiros tornam a região norte do Paraná um grande celeiro de idéias e soluções criativas para nossos desafios. Sua conexão com a tecnologia e o mundo moderno não anulam seus aspectos regionais, ao contrário, tem a capacidade de ampliar sua estética e história. Isso é exemplo cultural e histórico para o Paraná e para o Brasil!

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