sábado, 22 de fevereiro de 2020

A história de Jataizinho (Parte 2)



Município e Comarca: A primeira emancipação política do município ocorre em 1929 pela Lei 2.614 de 14 de março. Em 1932 Jatai torna-se Comarca. Nesse período, Londrina era apenas uma vila de Jataí.
Perda da Comarca e do Município: Em virtude de desentendimentos políticos e interesses do empreendimento da colonização, Jataí perde a Comarca para Cornélio Procópio, é extinto enquanto município e passa a pertencer novamente a São Jerônimo.
Distrito: Jatai torna-se um distrito de Assai com o nome de Jataizinho pela lei 199 de 30 de dezembro de 1943.
Município: A emancipação política definitiva do Município de Jataizinho só acontece em 10 de outubro de 1947 pela Lei Estadual 2. A instalação Solene do Município ocorre em 08 de dezembro do mesmo ano.
O aldeamento também progredia em número de nativos aldeados e em quantidades de alimentos e aguardentes produzidos em excedentes para exportar. Apenas três anos após a sua instalação, já era considerado o aldeamento mais importante da província. Em 1865 São Pedro de Alcântara passa a ser a Vice-Prefeitura do Sul Brasileiro, estando subordinadas a ela todos os aldeamentos-catequese do Paraná e da Província de São Paulo, sob responsabilidade de Frei Timóteo de Castelnuovo. Em 1876, o aldeamento ocupava uma área de seis léguas na margem esquerda do Tibagi, e três léguas para o interior, possuía 11 casas cobertas com telhas, Igreja, ferraria, olaria e engenho.
            O primeiro professor de primeiras letras e noções de música, Antônio Almeida Pereira, foi nomeado em 1861 para a catequese do aldeamento, seguindo o projeto imperial e a pedagogia missionária. A primeira escola da Colônia é inaugurada 1870, sendo o primeiro professor nomeado o Sr. Antônio Correia Bittencourt. Em 1884 começou a funcionar sala de aula para o sexo feminino, a primeira professora era a D. Idalina Edelvina Bandeira Fernandes.
Durante a Guerra contra o Paraguai, conflito extremamente violento que exterminou 800.000 de 1 milhão de paraguaios, as tropas brasileiras passavam por Jataí para seguirem para o Mato Grosso, onde estavam os inimigos. Frei Timóteo ajudava as tropas, servindo como ponto de apoio aos encarregados de transporte de materiais bélicos. Frei Timóteo enviou dois capelães para dar auxílio espiritual aos combatentes brasileiros, o Frei Mariano de Begnaia (capelão do Exército) e Frei Ângelo que foram aprisionados juntamente com os soldados.
O aldeamento São Pedro de Alcântara e a Colônia Militar de Jataí tiveram sua importância aumentada com o advento da Guerra contra o Paraguai, tornando-se centros ativos com o embarque e transporte das tralhas bélicas. O Porto de Jataí teve um movimento jamais visto antes, porque o único meio de transporte era o rio, pelo qual muitas canoas iam do Tibagi até o rios Paranapanema e Ivinhema, transportando armas e víveres, através do território nacional invadido pelos paraguaios.
Os índios Kayoá (guarani) que estavam aldeados no Aldeamento São Pedro de Alcântara foram de grande valor ao Império porque eram canoeiros de muita prática, e durante a Guerra do Paraguai, transportaram forças militares e material bélico para o Mato Grosso, através dos rios Tibagi, Paranapanema, Paraná e Ivinhema.
Em 1877 uma epidemia de varíola atingiu o aldeamento, matando mais de 400 indígenas. Os que não morreram abandonaram o aldeamento. A sede da Paróquia é transferida do aldeamento para a Colônia, na outra margem do rio Tibagi. Frei Timóteo insiste em permanecer no aldeamento, com alguns poucos índios que restaram.
Com o advento da República, a proteção econômica dada aos aldeamentos pelo Imperador deixa de existir, pois o mesmo é exilado do Brasil em 1889, ficando apenas a Igreja Católica a tentar seguir a difícil empreitada.
Frei Timóteo de Castelnuovo falece ao 72 anos, em 18/05/1895, nos braços de um velho negro e cercado pelos índios, desgostoso sem ter alguém que pudesse dar continuidade a sua obra, após tanta luta em busca de concretizar o sonho de ver esse local tão belo, o melhor em que já vivera, como uma área de grande progresso por seu grande potencial que a natureza lhe reservara. Na atualidade, seus restos mortais encontram-se no Cemitério Municipal de Jataizinho.
A finalidade militar da colônia se extinguira, e com o fim da guerra o tráfego no local diminuíra. Do outro lado do rio, o aldeamento praticamente se extinguira por causa das mortes dos nativos provocadas pela varíola. A morte do Frei foi o ponto final do aldeamento.


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