domingo, 26 de julho de 2009

Com pouco valor de mercado, mas de grande valia sentimental, objetos antigos povoam o imaginário popular

Euclides Franco, do Jd. Paulista, possui dezenas de peças que um dia foram tecnologia de ponta

A máquina de costura foi um dos combustíveis impulsionadores da Revolução Industrial na segunda metade do século 18. O invento, que ajudou a transformar a economia do mundo, faz parte dos contos infantis, como a “Bela Adormecida” e povoou durante anos o imaginário de Euclides Franco, aposentado, ex-lavrador de 77 anos e morador do Jardim Paulista. “Desde criança, quando residia em Presidente Prudente, achava as máquinas de costura muito charmosas, por isso, tomei gosto em as colecionar”, afirma o aposentado que tem dezenas destas relíquias em sua residência.

Com muitas peças, não restritas apenas às máquinas de costura, mas a outras que fizeram parte do ofício e do dia a dia de nossos pais e avós, como trançador, moinho de café, moedor de carne, telefone a manivela, furadeira arco de pua, chaleira de aço e ferro de passar a base de carvão, Euclides recorda-se que as peças foram doadas, onde cada qual tem a sua lembrança e uma história passada e vivida por gerações. Como por exemplo, a máquina Singer adaptada para eletricidade usada pela sua esposa, Clemência Meira Franco, de 70 anos, na confecção artesanal de tapetes. “A evolução das máquinas foi a custo de muitos empregos, porém foi necessária para o aumento e rapidez da produção”, comenta.

O antigo lavrador vê as maquinas de costura, na atualidade, como geradoras de renda e emprego nas fábricas e nas residências, onde muitas donas de casa dedicam seu tempo ao oficio. “Antigamente, demorava-se um dia para fazer uma camisa numa máquina à manivela. Hoje são apenas cinco minutos”, salienta.

Com pouco valor financeiro, onde é pago R$0,05 (cinco centavos) o quilo do ferro fundido, Euclides ressalta o valor sentimental para quem um dia usou esta “tecnologia”, como o telefone à manivela. “Eram poucos, como os “Barões do Café” ou “Reis do Gado” que possuíam condições financeiras de ter um telefone à manivela em casa. Para os outros, o serviço estava disponível num local centralizado, como numa mercearia de secos e molhados, por exemplo. E, para se fazer uma ligação, ou localizar um ente, podia demorar até três dias. Mas hoje não, em questão de segundos você conversa e vê a pessoa no outro lado do mundo. Para quem usou o telefone a manivela e compara com a atualidade, até acha engraçado”, finaliza.

Nenhum comentário: