terça-feira, 28 de julho de 2009

Ousados meios de comunicação nas escolas públicas de Londrina

Panorama geral e o caso da Escola Nilo Peçanha.

Segundo a sede de Londrina do Núcleo Estadual de Educação, não há nas grades e currículos escolares, obrigação dos professores de implementar medidas que visam a incorporação dos meios de comunicação na educação. Porém, segundo o mesmo, existe a concepção de que os meios de comunicação, como jornais e revistas, ajudam na formação crítica do indivíduo e que há total liberdade para os professores realizarem experimentos na sala de aula.


Caso Nilo Peçanha

Na Escola Estadual Nilo Peçanha, em Londrina, há uso intensivo de jornais em sala de aula, conforme explica a professora de Literatura, Redação e Língua Portuguesa, Suziane Dantas Gogola, de 34 anos. Ela explica que junto com três alunos do 3º ano matutino de Jornalismo da Universidade Estadual de Londrina, é aplicado a 42 alunos da 7ª série, do período vespertino, o projeto Jornal na Sala de Aula. O projeto é as sextas-feiras á tarde e está dividido em duas etapas: a primeira é teórica, com leitura, interpretação e discussão de jornais. A segunda fase é prática e constitui na produção de três tablóides.

Rafael Akme, um dos alunos da UEL, diz que o projeto Jornal na Sala de Aula, é integrante da Disciplina de Comunicação Comunitária e conta ainda com os alunos Hugo Pavan e Anne Sestucci. Até agora, foram quatro reuniões, onde os alunos do Nilo Peçanha exploraram os jornais através da leitura crítica. A Folha da Cidadania, publicada pela Folha de Londrina, é a mais usual, já que é cedido 25 exemplares todas ás quartas-feiras. Porém, em muitas aulas o conteúdo é baseado no material trazido pelos alunos, com muitas variações, como a Folha de São Paulo, Jornal de Londrina, Gazeta do Povo e jornais comunitários e de bairro. Outro exercício de grande importância é o ensino de alguns elementos do jornalismo, como o lead e a pirâmide invertida, além da análise de recortes das últimas notícias de maior relevância.

Com muita participação por parte dos alunos, Rafael diz que nas primeiras reuniões explicaram sobre o jornalismo e até foram entrevistados. Ele diz que no segundo semestre começa a segunda fase, que consiste na produção de um tablóide, com matérias pautadas conforme os eventos que acontecem na escola e na região da Vila Nova, onde fica o Nilo Peçanha. Além das matérias, os alunos irão fazer a edição.

Suziane, que trabalha há muitos anos com a leitura de jornais em sala de aula, diz que estes exercícios ajudam a instigação da leitura sobre conteúdos mais aprofundados, possibilitando que os alunos não se prendam a temas como horóscopo ou palavras cruzadas. Além de torná-los mais críticos e politizados, algo que a escola contribui com a introdução de música clássica no intervalo e o acesso a internet.

Nenhum comentário: