A falta de creches e de vagas nas mesmas, em Ibiporã, é vista rapidamente se as mães forem questionadas. Ao todo, possuímos onze creches, mas que infelizmente não atendem a demanda. O que falta é a ampliação dos centros.
Recentemente, foi lançada a pedra fundamental para a construção de uma creche na Vila Romana, porém, ela não atenderá á todos do bairro pela falta de demanda. "O que falta é a construção de mais creches, menores, em locais estratégicos", diz Rosana Souza Moreira, 30 anos, moradora do San Rafael. Ela trabalha como zeladora têm um filho de um ano e afirma que no seu bairro, apesar de existir creche, não há vagas e pediram-lhe para aguardar, por tempo indeterminado, a abertura de novas vagas. Isso traz dificuldades para Rosana, por não ter com quem deixar o filho para trabalhar. "A fila de espera demora mais de um ano", afirma. Para ela, deveriam ser contratadas mais pessoas para cuidarem das crianças, já que muitas fatalidades que acontecem nas creches, são decorrentes do acúmulo de trabalho. "Com vidas, principalmente a de crianças, não se pode brincar. Uma creche tem que ser levada muito a sério pelos políticos". Situações como essa mostra que a educação no município deve ser mais elaborada e planejada com a distribuição de vagas conforme o contingente populacional.
Bairros afastados do centro, como o Santa Paula e o Terra Bonita também sentem essa necessidade. Tanto as crianças, quanto as mães, correm riscos ao atravessar a rodovia em busca de educação. Com o planejamento adequado não teriam esses problemas. Outras mães buscam soluções diferenciadas, como Valéria Lopes, de 36 anos e moradora do Terra Bonita. Com uma filha de dois anos, tenta uma vaga desde os seis meses de idade. Até hoje não conseguiu. "De manhã ela fica com minha mãe e à tarde com minha sobrinha. Mas quando não der, terei que acordar às cinco horas da manhã para levá-la na creche do Jardim Bandeirantes, em Londrina. Somente lá encontrei vaga."
As creches, que atendem crianças dos quatro meses aos cinco anos de idade, sentem dificuldades em vários aspectos, mas uma, que deve ser observada com mais atenção e sensibilidade, é referente aos salários dos atendentes e professores, que ganham, por uma jornada de sete horas, R$450,00. Segundo a LDB 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para exercer a função é preciso, no mínimo, graduação em magistério. Para profissionais com graduação superior e pós-graduação, existe adicional de apenas R$50,00. O absurdo está na quantidade de trabalho, pois são vinte e cinco crianças para cuidar, onde cada uma tem suas diferenças a serem respeitadas e em alguns casos à inclusão de crianças deficientes, que têm atenção especial. O educadores devia ser mais bem remunerado.
Os centros de educação infantil tem que receber mais cuidados quanto à estrutura física predial, de recursos e mobília. Muitos estão com a fiação elétrica exposta e quando chove os telhados não suportam. Imagine se a rachadura na telha for acima de um berço? É um absurdo. Nos berçários, a precariedade é tanta, que o piso de tacos de madeira, pelo sucateamento, estão se descolando e muitas crianças o levam a boca. Apesar da calamidade os gestores públicos competentes não comparecem para verificar a situação de abandono. A calamidade chegou a tal ponto, que árvores que caem, ficam meses apodrecendo e servindo de refúgio para insetos. Tudo isso dentro das creches.
No contexto social, a escola exerce muitos papeis que não são destinados a ela. É um dos suportes do estado ao povo. É o compromisso com as famílias. Ela forma o caráter, cidadãos e constrói as identidades. Mas onde está o respeito a ela?
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