segunda-feira, 24 de abril de 2017

Paralisados desde 25 de abril, os professores da rede estadual de ensino público elencam vários motivos para a greve. Eles são contrários a mudança no sistema de previdência dos servidores do Estado, o Paranaprevidência. Com a nova lei, o Governo transfere 33,5 mil beneficiários do Fundo Financeiro Previdenciário, para o Paranaprevidência, arcado por contribuições dos servidores. Outra reivindicação é a reposição salarial de 8,17%, representando a inflação. Em contrapartida, o Governo oferece aos servidores 5%, pago em duas parcelas. A greve paralisou diversos setores e já prejudica a economia. Observando a situação, fomos as ruas no intuito obter opiniões a respeito dos acontecimentos.
            O aposentado João Francisco Mendonça, de 71 anos, afirma que a greve é um direito devido a reposição salarial de 5% ser baixa. “Quem oferece 5% pode dar 8%. Enquanto a legislação permite que políticos subam os próprios salários, de acordo com suas vontades e sem aprovação popular, no Paraná os professores estão sofrendo. As crianças estão desatualizadas devido a greve. Dizem que em breve ela será encerrada, mas não acredito, pois os professores estão firmes em seus objetivos. Quanto a reposição de 5%, não acho justo. Ao menos o índice da inflação deve ser pago”.
            A aposentada Dulce del Pin apóia a greve e afirma que as reivindicações são justas. “Sou contra as mudanças no Paranaprevidência, uma vez que é injusto contribuir a vida toda e da noite para o dia retirar dinheiro do fundo. Não concordo. Quanto aos alunos, os pais estão chateados, pois irão perder o ano e serão prejudicados. Acho que os professores manterão a greve para as coisas serem feitas de maneira correta. O aumento de 5% é pequeno. Compare com o aumento dos deputados. Porque os professores têm que receber 5%, ainda parcelado?”
            O professor Flávio Danques afirma que a greve é legitima, devido os professores e servidores do Estado exigirem que se cumpra a aplicação da data-base de 8,17%. “Não é reajuste, é a reposição da inflação. Para aumentar o salário dos deputados há verbas, mas para os servidores públicos não existe. Algo está errado. Vemos cargos comissionados com altos salários e escândalos de corrupção e propina na Receita Federal. A sociedade deve entender que a greve não é por salário, mas pela reposição, algo de direito e justo”.

            Mara Cristina Rodrigues, de 42 anos, afirma estar indignada com a situação, uma vez que ao menos a data-base e o reajuste inflacionário devem ser aplicados. “A sociedade está consciente da luta. Setores da imprensa declaram que a greve é por aumento, mas ela é pela reposição salarial e a manutenção dos direitos. A escola pública de qualidade deve ser mantida, porém muitas estão sucateadas, faltando merenda, papel higiênico e estrutura física. A sociedade está a nosso favor e os pais compreendem a situação. Ninguém gosta de greve, mas é o ultimo instrumento de luta”. 

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