domingo, 16 de abril de 2017

Aqui tem história, por Antonio Padilha

Na primeira eleição Municipal de Ibiporã, concorreram ao cargo de Prefeito, Alberto Spiaci, agricultor e comerciante de cereais pela Coligação PTB – PSD e, o cafeicultor Luiz Sempre Bom, pela UDN. A eleição foi realizada em 16 de novembro de 1947. Não houve grande rivalidade entre os candidatos e o resultado apontou a vitória de Alberto Spiaci, diplomado Prefeito pelo presidente da Junta Eleitoral da 40ª Zona Eleitoral da Comarca de Sertanópolis, onde a posse ocorreu em 6 de dezembro de 1947.
Poder Legislativo: A primeira composição da Câmara Municipal, teve Hiro Vieira como presidente, José Pires de Godói, Gino Peretti, Ângelo Maggi, Indalécio Teixeira, Ronat Walter Sodré, Otacílio Manoel da Costa, Voltareno Figueira e José de Almeida Paiva.
Fatos inusitados e engraçados da Campanha Política: A inexperiência de candidatos resultou em gafes que se tornaram célebres como anedotas. Recorda-se que os candidatos percorriam a área rural que detinha o maior número de moradores, em torno de 15999. Na área urbana a população era de 3543 pessoas. Entretanto as estradinhas eram apenas carroçáveis, a maioria intransitáveis para veículos. Candidatos utilizavam jipe ou cavalo para fazer as visitas. Geralmente, no veiculo motorizado ia o candidato ao lado do motorista e na parte traseira os cabos eleitorais, como seguranças e para ajudar a retirar o veículo do atoleiro quando encalhava. Também era comum, na volta para a cidade, eles pararem num rio e tomar um banho refrescante. Muitas vezes, quando o pessoal estava se divertindo, chegaram algumas vacas e começaram a mascar as roupas deixadas no gramado. Era um perereco dos diabos eles correndo atrás das vacas.
Candidato esclarecido: Dona Cotinha, uma viúva que recebeu um candidato a vereador com fama de inteligente, perguntou ao mesmo se não haveria problemas, por parte dos filhos com a venda da propriedade. O político deixou a oportunidade para apresentar seu profundo conhecimento das leis e respondeu que não haveria problema algum, pois os filhos da Dona Cotinha, já eram “municipados”.
Doces salgados e bebidas: Nas vendas (estabelecimentos comerciais geralmente instalados na beira das estradas), o pessoal se reunia e passava o tempo jogando truco, “sete e meio” e caxeta. Os candidatos e os cabos eleitorais chegavam distribuindo cigarros e balas. O dono da venda a princípio não gostava muito da concorrência gratuita, mas se acalmava quando os candidatos começavam a pagar refrigerantes e cachaça, amplamente consumidas e que alegravam ambiente. Nas casas, os candidatos chegavam com uma bacia grande repleta de sanduíches de pão com mortadela feitos para o povo da roça. As crianças ganharam refrigerantes e os adultos garrafas de pinga.
A campanha na cidade: Os candidatos visitavam todos os botecos e canchas de bocha, pontos de maior concentração de eleitores. Nesses locais era necessário muito cuidado para não entrar em choque com eleitores de candidatos adversários. Muitas vezes o pau quebrava entre eleitores. Tinha candidato que se reunia com eleitores na casa do líder local, onde era distribuído pão com carne moída, “o famoso boi ralado”, polenta frita, refrigerantes e muita pinga, está sempre presente e garantindo a animação.



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