terça-feira, 9 de setembro de 2008

Falta de segurança tira passageiros da rodoviária e ônibus têm que parar em Londrina

A ausência de segurança e a inanição do poder público vêm causando sérios prejuízos aos comerciantes que trabalham na região da rodoviária e aos passageiros que transitam pelo local. Devido os constantes assaltos e furtos, as empresas de ônibus que chegam de São Paulo, preferem parar na rodoviária de Londrina. Isso implica em fatores negativos, pois não existe sequer um guarda ou policial tomando conta da mesma. No período noturno a periculosidade é maior e vários comerciantes foram obrigados a lacrar com grades seus estabelecimentos devido as constantes ocorrências.
Bruno Alves dos Santos, morador do San Rafael, diz que a rodoviária tornou-se ponto de usuários de drogas e de alcoólatras, que em plena luz do dia fazem algazarras e promovem brigas, assustando a todos, pois ninguém sabe se estão armados. Não é difícil reconhecer tais indícios. Basta uma volta pela rodoviária e uma observação não muito apurada para constar à falta de policiamento ou de guardas, cabendo aos comerciantes a contratação de vigilância particular.
Taxista há mais de trinta anos, Dirceu Alves da Mota, de 52 anos e morador do Conjunto Ângelo Maggi, confirma que há muito tempo à segurança está precária. “Nunca vi uma rodoviária sem guarda”, lamenta. Ele diz que é comum os ônibus chegarem de madrugada, entre as 4hs30min, e os marginais surpreenderem as vítimas nos banheiros. “É difícil passar uma semana sem que as pessoas sejam assaltadas. Quem sofre mais são os idosos. Devia haver um guarda cuidando”, relata o taxista. Ele afirma que o Terminal Urbano funciona até as 23 horas. Após esse horário, a situação se agrava. “Imagina quando o Terminal mudar? A periculosidade vai crescer com o abandono da rodoviária”.
O desdém é confirmado por quem vai aos banheiros públicos e consta o estado calamitoso, crítico e degradante da conservação. Não existe papel higiênico e as privadas estão sujas. Comerciantes confirmam que as válvulas são furtadas, causando alagamentos e sujeira. Eles são os que mais padecem por ter que conviver com isto.
Com uma loja que vende lembranças, Anunciada dos Santos, de 66 anos e moradora da Vila Rosana, diz que teve seu comércio assaltado várias vezes. Há 14 anos no ponto, buscou solução com a instalação de alarmes. “Alguém tem que cuidar da rodoviária e não deixar a aglomeração de marginais. Tem muito andarilho que pede esmolas e fazem necessidades no meio da rua. Não podemos ser coniventes.” Ela é da opinião de que a polícia tinha que ser mais severa, pois o lucro está se esvaindo. “Quero me aposentar e sair daqui. A quantidade de desocupados é imensa e tem gente que até mora na beira da rodoviária. Ibiporã não merece isso”, lamenta. Anunciada diz que faz excursões e que em outras cidades, isso não acontece. “Em Londrina, os guardas encaminham essas pessoas ao serviço de Assistência Social. Com a marginalidade o movimento caiu até 90%”.
Procuramos a Policia Militar de Ibiporã para obter maiores informações e fomos informados que é impossível um policial ou uma viatura ficar na rodoviária por vinte quatro horas, devido o número reduzido do efetivo. Em relação a denúncias e ocorrências, o cidadão deve ligar para o 190. A Policia Militar confirma que a quantidade de pessoas alcoolizadas, na região, é grande e que a população não deve dar esmolas, pois a mesma será utilizada na compra de bebidas alcoólicas. Ela orienta que, ao ser abordo pelos pedintes que alegam precisar do dinheiro para comprar alimentos, se negue a dar, pois a mendicância é um delito, tornando-se algo proibido pelo Código Penal Brasileiro.
A PM também diz que ao dar esmola, a mendicância é estimulada e cabe a todos dar oportunidades de trabalho.

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