quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Crônica - O amor na modernidade

Como a modernidade mudou minha vida! Lembro-me dos tempos em que fazia jornalismo e tinha que colar as letras e os tipos no papel, para que pudessem ser impressos. Sem falar no barulho ensurdecedor da impressora. Hoje tudo mudou. Basta copiar e colar que tudo está resolvido. Não que seja saudosismo barato ou que traga as memórias do passado recente. Mas há situações que fizeram parte da vida de muitas pessoas que estão próximas ou já passaram dos trinta anos.
O mundo mudou tanto, que acho até engraçado quando vejo uma revista antiga, de duas décadas atrás, com fotos de roupas e cabelos que causariam frisson hoje. Ver cenas e fotos do passado ajuda o ser humano a se ver como é atualmente e comparar com o passado, para saber se mudou muito. Eu mudei. No pensamento e principalmente quando me observo no espelho.
Tenho a memória avivada quando saio às ruas e vejo os motociclistas de capacetes e protetores. Em seguida, vêem a mente à imagem opaca de vinte anos atrás do motoqueiro sem proteção alguma, como a falta do capacete. São imagens de cores fracas e com uma paisagem deslumbrante, cheia de árvores e porque não romântica? Mas, temos que voltar ao século 21, onde esse absurdo não encontra mais espaço no meio da poluição e das constantes fiscalizações dos policiais, que não inferem em nada ao exercerem a sua obrigação de cuidar do trânsito.
Mas, voltando ao computador, nos idos dos anos oitenta, quando estudava na escola fundamental e nos anos noventa, quando me dedicava aos esportes e ao ensino médio, tenho a lembrança tortuosa do que era fazer um trabalho escolar. O martírio era grande e as páginas de cadernos ficavam em quantidades maiores. Saíamos de casa em direção as bibliotecas em busca de livros e sedentos de informações para que pudéssemos explicar aos colegas de classe e para a professora, como funcionava a fotossíntese ou na apresentação de seminários que contavam a história de Tiradentes.
Idos tempos em que à modernidade não aplicava a fragmentação aos fatos e das informações pela internet. Para conversarmos ou mantermos um namoro à distância, tínhamos que aguardar dias e semanas para receber a carta da pessoa amada que morava em outra cidade ou estado. Graças ao messenger, quem namora a distância pode ser ver e conversar por mensagens instantâneas. Mas será que é só isso?
Vou defender os frankfurtianos e pedir aos cientistas que evoluam as máquinas e que se faça a revolução científica. Não haverá mortes, tiros, a revolução não será televisionada e também não será a favor de causas engajadas politicamente, como o combate à corrupção ou a defesa do meio ambiente, da saúde e educação. Isso existe e todos devem participar. Quero fazer algo que tenha uma nova concepção. Não posso perder a minha essência de ser humano e o desejo de amar, tocar e sentir pelo olfato e pelo tato o beijo e o carinho. Faremos algo diferente e as pessoas se aproximaram cada vez das outras pelo computador. Se eu falar que as relações modernas não são frias, são românticas e tem muito carinho e afeto, vou passar por mentiroso. Temos que se unir para que a humanidade não seja perdida e com elas as relações afetuosas. No entanto, como vamos fazer isso? A resposta é difícil e devemos pensar.
Diante de tanto coisa diferente e se os cientistas conseguirem desenvolver tal projeto, tenho apenas um medo: que no momento do orgasmo, acabe a energia elétrica!

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