segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A crescente onda populista

Em 2002, o ex-operário Luís Inácio Lula da Silva, vencia as eleições presidenciais no Brasil depois das derrotas para Fernando Collor de Melo em 1989 e FHC em 1994 e 1998. Lula, a exemplo de FHC, não têm um opositor representativo e caminha facilmente para um segundo mandato. A política, antes dominada pelas elites oligarquicas, brancas e burguesas, vai perdendo espaço para um novo tipo de líder: o populista.
O fenômeno, tão temido e perseguido por quem detêm o poder econômico e político é de grande importância para as classes sociais menos favorecidas. O motivo, segundo sociólogos, é a da identificação do eleitor com o político, muitas vezes oriundo das classes sociais mais baixas (a exemplo de Lula), pela aplicação de políticas assistencialistas que conquistam e atendem as necessidades do povo e pela corrupção que tomou conta dos partidos e das instituições, que estão sem nenhuma credibilidade.
O populismo é tão crescente na América Latina, que muitos países estão a caminho dele ou adotando-o à sombra de lideranças indígenas, como nos países andinos ou no México, que preserva traços indígenas na população e cultura.
Falta ao Brasil se dar conta desta realidade. Também, é necessário explicar, que não se deve confundir a elevação de indígenas a cargos políticos em países que têm grandes parcelas de índios, mestiços e crioulos, com o populismo aplicado.
O populista, conhecido como “pai do povo” ou “pai dos pobres” esta presente nas classes C, D e E, que há tempos são enganadas e exploradas pelas elites. Assim, ganham confiança e votos desta maioria. Por outro lado, muitos populistas são demagogos, tem posturas radicais, ameaçam a estabilidade econômica com medidas nacionalistas que espantam possíveis investidores, empresas e indústrias que poderiam criar renda e emprego para os pobres e eliminar de uma vez por todas o assistencialismo.
Sabe-se que o populismo está em curva de ascensão não por ideologias ou orientações partidárias, mas, como já dito, pela identificação do povo com estes políticos e por este, angustiado com sua pobreza, esperar uma solução imediata para seus problemas. O povo perdeu a confiança nas elites, que ao chegarem ao poder, criam leis e trabalham em benefício próprio.

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