sábado, 26 de novembro de 2016

Em entrevista a Rádio Nova Geração, prefeito eleito de Ibiporã, João Colonieze, aborda perspectivas da nova gestão

A Rádio Nova Geração recebeu no último dia 4 o prefeito eleito de Ibiporã João Colonieze, que concedeu uma entrevista e citou alguns aspectos intrínsecos a Ibiporã e Jataizinho. Aos 57 anos, funcionário público da Caixa Econômica Federal há 32 anos e exercendo cinco mandatos de vereador, João Colonieze afirma que a preocupação dos políticos eleitos para o próximo mandato é a diminuição do repasse de verbas da União e Estado. Em busca de uma solução para aumentar a arrecadação, ele afirma que se devem criar mecanismos e parcerias. Uma alternativa é atrair empresas e construir parques industriais como o que é feito na saída para Sertanópolis e receberá benefícios de água, esgoto e iluminação, além de outros investimentos. Nesta linha desenvolvimentista, ele diz que o aumento da arrecadação é necessário para melhorar a infra estrutura viária e recuperação da malha asfaltica em bairros como John Kennedy, Vila Esperança, Tupi, Balneário Tibagi e demais localidades.
                                                                                                                                  
Outro tema abordado foi a saúde pública, assunto que interessa moradores de Jataizinho que usam o Cristo Rei e a UPA. Ele cita que as portas da saúde jamais serão fechadas aos jatainhenses. No entanto é preciso estudar mecanismos e parcerias junto aos seis municípios da região que dependem da saúde de Ibiporã. Quanto ao risco do Cristo Rei fechar as portas, João foi categórico: não deixará isto acontecer e buscará soluções para mantê-lo. “Vamos nos reunir com os prefeitos e discutir a ajuda mútua entre as populações. Quem sabe até criar um consórcio de saúde, onde os municípios garantam o pagamento de plantões, insumos, materiais hospitalares, médicos, de limpeza e alimentícios. Estes municípios também não possuem maternidade e as crianças nascem no Cristo Rei. Além disso, não há UTI em Ibiporã, causando o deslocamento de pacientes a Londrina, Arapongas e até Ivaiporã. É uma grande responsabilidade e muitos não resistem, morrendo no caminho. O consórcio pode viabilizar a UTI”, diz. O novo prefeito ressalta que a UTI custa em média um milhão e 200 mil reais e pode beneficiar mais de 120 mil pessoas. “Isto não é promessa de campanha, mas o povo cobra este tipo de ação”, diz João, que comemora o valor de 150 mil reais por mês para o Cristo Rei, obtidos junto ao Governo do Estado e que ajudará a folha de pagamento.                

Articulado, Colonieze cita que a campanha política e a coligação de nove partidos lhe aproximou de alguns deputados estaduais e federais, aumentando a representatividade junto ao Estado e União, além de facilitar o trabalho como prefeito. No entanto, para a administração fruir deve haver a elaboração de projetos e a busca de recursos. “Se não houver projetos não há verba”, ressalta. Nesta perspectiva, ele afirma que há propostas na área da educação, como por exemplo, a implantação de mais um colégio de ensino médio na região do CAIC. “Não cabe ao município a construção de colégios. Mas é papel do prefeito buscar recursos. Aquela região tem mais de oito mil habitantes. Construir um colégio garante um futuro melhor a todos, além de evitar o deslocamento de três a quatro quilômetros diários aos alunos. Há interesse da nova administração em construir e ampliar centros de educação infantil em locais variados, como no Terra Bonita, que atenderá a população em volta do Jardim San Rafael”, diz. Em relação ao turismo, ele vê o potencial do Rio Tibagi, algo a ser explorado através de investidores particulares. O futuro prefeito diz ser inviável a construção de um balneário ou parque devido o grande investimento e o pouco retorno. Porém a prefeitura deve incentivar empreendedores que desejam, por exemplo, fazer um rancho ou restaurante nas imediações do rio, algo que tiraria as famílias das cidades e as atrairia para almoçar aos fins de semana e nas margens do Tibagi.
                                                        
Sem previsão de aumento do repasse de impostos, o futuro prefeito conterá gastos, usará a criatividade, além de envolver população e associação de bairros junto ao poder público municipal, como por exemplo, a limpeza urbana, onde os moradores devem ser conscientes na destinação correta do lixo. “O desemprego é crescente e negativo aos governos. Devemos ter o pé no chão e mudar a cobrança de impostos, como a planta de valores do IPTU para findar desigualdades e desinflacionar o contribuinte. É injusto o cidadão que ganha salário mínimo e mora numa residência menor pagar imposto com mesmo parâmetro de casas maiores. Faremos um levantamento para avaliar se há imóveis com metragem diferente. Além disso a inadimplência é grande e cabe ao município parcelar dívidas para ajudar a população”, ressalta. João diz que os cidadãos devem participar mais da vida política e saber quais recursos são disponibilizados para áreas como indústria, emprego e educação. “Os municípios estão em situação de penúria e a população deve ser parceira da Administração Pública. Para gerir uma cidade é preciso a participação popular e de conselhos variados”.                                                                                                        
A entrevista teve a participação de ouvintes, onde Marcos Prado questionou o futuro prefeito acerca de PEC 241, que prevê o congelamento dos gastos públicos por 20 anos. João respondeu que a medida foi proposta devido a falta de recurso e pela crise atual ser causada em boa parte por desvios de verbas públicas, falta de credibilidade e investimentos externos. No entanto ele foi categórico e afirmou que se país “entrar no rumo” daqui alguns anos pode ser elaborada uma nova lei que cancele a PEC 241. “A lei não é eterna. Se der certo vai ter reflexo na sociedade”, diz.                                                                               
Quanto ao vinculo empregatício na Caixa Econômica Federal, João cita que ainda deseja trabalhar por muitos anos no banco, porém a nova condição de prefeito lhe abriu a perspectiva de aposentadoria para liberar sua vaga a um novo funcionário. Caso a aposentadoria não se viabilize, ele já pediu o afastamento das funções sem remuneração. Em relação ao vice Beto Bacarin, o mesmo já foi prefeito e vice. É bem relacionado, engenheiro ambiental e fará uma boa parceria onde não haverá disputadas internas de grupo políticos.  

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