quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Em 35 anos de rádio, Hermínio Barbosa viveu da rádio novela a rádio web.


Desde a infância o radialista Hermínio Barbosa (58) tem vocação para as comunicações. Nascido em Florestópolis, até os 14 anos viveu nas áreas rurais de Cambé e Rolândia, onde improvisava com um caixote e latas de extrato de tomate (como microfone) uma “rádio comunitária” e se divertia com outras crianças. Ele se inspirava nos programadores do coronel Matias e Venâncio e apreciava o sertanejo de raiz. Aos 15 anos mudou-se para o Santo Amaro e apresentava aos fins de semana, por alto-falantes, a quermesse da igreja católica no bairro e no Jardim Shangri-lá. “Era locutor, lia correio elegante e apresentava músicas. Fiz isto por cinco anos, quando a capela do Santo Amaro era de madeira. Nas quermesses havia leilão, bingo e frango assado. Era o entretenimento na época. Muitos iam para namorar e de lá saíram vários casamentos”, recorda.                                                                                                      
Com o trabalho reconhecido, em 1979, através de José Anacleto, que também é apaixonado por rádio, ele foi apresentado a Wenceslau Martins. Ele vivia em Ibiporã e apresentava aos domingos na rádio Auri Verde de Londrina o programa “Onde canta os maiorais”. Assim Hermínio Barbosa dava seus primeiros passos como radialista lendo cartas, comerciais e falando a hora. Quando Wenceslau Martins não ia ao programa, a responsabilidade ficava por sua conta. “Atuei um ano na Auri Verde, que funcionava na Rua São Paulo próximo a Vantajosa. Com a ida do Wenceslau Martins para a Rádio Marajoara de Ibiporã assumi o programa ‘As preferidas do ouvinte’ e tocava sucessos de Roberto Carlos, Vanusa, Odair José, Moacir Franco e sertanejos. O programa ia ao ar das nove ao meio dia e recebia centenas de cartas vindas de outras cidades. Em 1981 a Folha de Londrina destacou o programa e publicou uma matéria de página inteira”, recorda.                                                                                           

Com a venda da rádio ele ficou longe dos microfones e em 1985 voltou a atividade na Rádio Cruzeiro AM, do Grupo Folha de Londrina. De 2ª a domingo, das oito e meia a meia noite apresentava o programa “Canto da Terra”, onde ouvintes pediam ao vivo músicas sertanejas. “Entrevistei João Paulo e Daniel, Zezé de Camargo e Luciano, César e Paulinho, Teodoro e Sampaio, João Mineiro e Marciano, Ataíde e Alexandre, Cristian e Ralf, Alan e Aladin, entre outros que estavam em inicio de carreira”, diz. Após dois anos foi para a Rádio Norte (antiga Rádio Clube) e também apresentava aos domingos na Rádio Londrina o programa “Voz do Paraná”, em meados de 1987. Após mais um período longe dos microfones, em 1997 foi para a Rádio Cidade (Jovem Pan de Cambé) e apresentava duas edições do “Jefferson Radar”, patrocinado pela empresa de ônibus Radar e que priorizava o sertanejo de raiz. Em 2013 foi para a Rádio Terra Nativa e apresentou o programa “Terra Sertaneja”, das 5 as 7 da manhã de 2ª a 6ª e aos sábados das 17 as 20 horas, além de atuar na Rádio Manchete (Londrina) e Cambé FM. Longe do rádio devido a compromissos profissionais, esporadicamente participa da programação na Rádio Terra Nativa                                                                       
Nestes 35 anos Hermínio Barbosa viveu muitas histórias, indo da rádio novela a rádio web. “O rádio faz parte da nossa vida. Muitos acordam sintonizados. No trajeto do trabalho e no trabalho ouvem rádio. Ele informa, faz companhia a dona de casa e dá voz a população ao ser dinâmico. Se engana quem afirma que ele vai acabar, pois é parte da cultura e do cotidiano”, recorda Hermínio, que nesta jornada fez amigos e guarda cartas de ouvintes com homenagens e lembranças. Outra recordação são as viagens e shows que fez junto com artistas, bandas e alguns com o radialista Siqueira Martins. Por onde passavam eram recebidos com festa. “Os ouvintes e a programação das rádios eram mais românticas. Com a modernidade e a dinâmica da internet perdemos isto. Hoje não é usual enviar cartas, mas sim e-mails”, pontua.

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