sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sem formação necessária, pessoas buscar EJA para se recolocar no mercado de trabalho

Em Londrina ainda há vagas abertas e Núcleo de Educação pede que se tome cuidado com “falsas promessas”.

A formação básica é necessária para que os cidadãos alcancem melhores salários e postos de trabalho. Porém, muitos não tiveram oportunidade de concluir os estudos. A evasão escolar, que ocorre com maior freqüência no período noturno, segundo Eunice Satie Fusita, coordenadora auxiliar do EJA (Educação para Jovens e Adultos), implica em fatores sociais, como desmotivação, mudança, jornada de trabalho, desistência, obrigatoriedade de cuidar dos filhos ou afazeres domésticos. “Não há prioridade quanto à qualificação profissional para ingresso no mercado. Quando existe, o individuo encontra diversas barreiras”. Eunice diz que muitos alunos vêem a escola como uma opção de sucesso e o estudo como ferramenta para melhoria da condição social.
Luiz Cláudio dos Santos Furani, 22, mora no Maria Cecília, Zona Norte de Londrina e parou os estudos na 5ª série. Hoje retorna a escola, deseja terminar o ensino médio e ingressar no curso de mecânica de avião. “Após oito anos parado, vi que a escolaridade faz muita diferença”.
Furani freqüenta o EJA no Colégio Estadual Ubedulha Correa de Oliveira. A professora Rosalina Neves Presses, coordenadora itinerante do CEEBJA (Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos), relata que a procura pelo curso é grande e todos os dias há pessoas se matriculando. “No EJA a evasão é pequena. Os alunos têm um objetivo. Caso isso ocorra, se traça um plano e entramos em contato com o mesmo”. Rosalina afirma que as aulas são separadas por disciplinas, cursadas individualmente. “Nas aulas de educação física, por exemplo, trabalha-se a qualidade de vida através de filmes e atividades. Os trabalhos são feitos em grupo para que não haja sobrecarga. A estima do aluno fica elevada. Ele alcança autonomia e independência. Cada professor agrega a teoria, interdisciplinaridade e debates que envolvem temas que resgatem a estima dos estudantes”, completa.
Adão Nunes, diretor do Ubedulha, diz os resultados são diretos e a transformação no modo de pensar logo é percebida. “Isso prevê inclusão social”. Essa também é a opinião de Roberto Gonçalves, Gerente SINE Londrina. Gonçalves observa que a quantidade de vagas que exigem escolaridade de ensino médio é muito grande. “Não há pessoal muito qualificado. É preciso se adaptar. Profissões como porteiro pede conhecimentos de informática, higiene, segurança e outros afins.
Segundo a técnica pedagógica do Núcleo Regional de Educação, Marília Inês Martins Gomes, a rede pública municipal oferece o ensino fundamental I, que consiste da 1ª a 4ª série. A rede pública estadual oferta o ensino fundamental II, que equivale da 5ª a 8ª série e o ensino médio, equivalente do 1ª ao 3º ano. “No EJA o tempo de estudo é menor. São dois anos e seis meses. No ensino regular o período é maior”, completa. “É uma oportunidade única”, diz Edson Faustino dos Santos, 27 anos e morador do Jardim dos Campos, em Londrina. Edson é casado, tem uma filha de cinco anos e parou na 6ª série. “Aos 17 anos trabalhava como gari de madrugada e não conseguia estudar de manhã. Nesse intervalo de dez anos, sempre quis retornar, mas nunca conseguia”. Hoje ele trabalha numa oficina de carros, pretende eliminar algumas matérias, no EJA do Ubedulha, e iniciar o curso de torneiro mecânico.
Eunice lembra que muitas escolas particulares prometem diploma em quatro meses, mas isso não passa de propaganda enganosa, pois muitos cursos não são reconhecidos pelo Ministério da Educação. “Mesmo que demore um pouco, o ensino público é de melhor qualidade.”
Os interessados em concluir o ensino fundamental e médio, podem procurar o CEEBJA. As matriculas estão abertas o ano todo devido o modo de ensino ser por eliminação de matérias. Pode-se entrar em contato pelo telefone 33247199 e os documentos necessários para efetivar a matrícula é a fotocópia da identidade, histórico escolar original e uma foto 3X4.

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