terça-feira, 24 de junho de 2008

A mídia exerce grande influência sobre a sociedade, a economia e os meios políticos. Isso não é recente.

Ela traz à tona questões relevantes debatidas pela sociedade e articula ações que visam à integração social e política entre os meios e os agentes. Quando parte-se desse pressuposto, os movimentos sociais tornam-se ferramentas fundamentais para a dispersão das idéias e debates.
Com base nessas informações, considera-se que “O Dia Nacional da Juventude”, evento realizado anualmente e marcado por mobilizações de milhares de jovens em todo o país para celebrar a vida da juventude, ganha força e maiores proporções quando sua proposta é vinculada nos veículos de comunicação. O DNJ é manifestação e tomada de posição não só para os jovens participantes de grupos religiosos, mas para toda a sociedade. Ali se busca uma causa e a construção de melhorias no mundo.
Movimentos como o DNJ, quando tratados pela mídia, adquire maior representação. É um fato cuja representação pública atrai a população e a mobiliza em seu favor devido à importância social do movimento. Ele torna-se pertinente quando aborda questões voltadas à juventude, como sua relação com o meio ambiente. Nesse sentido, a mídia ajuda a construir a idéia coletiva de que a juventude pode formar uma corrente de cidadania e solidariedade, que traga informação, formação e conscientização de todos os desastres ambientais que estão sujeitos o planeta. Essa é uma visão positivista. Em nosso país é comum o noticiário mostrar inúmeros casos de adolescentes e jovens vítimas da violência pelo crime e pelo tráfico de drogas. Essa visão jornalística tem muito peso principalmente no processo de constituição das representações sociais.
A mídia age sobre o momento e fabrica coletivamente uma representação social que, mesmo quando está muito afastada da realidade, perdura apesar dos desmentidos ou das retificações posteriores porque ela nada mais faz, na maioria das vezes, que tende, por isso, a redobrá-los. É preciso levar em conta o fato de que a televisão exerce um efeito de dominação muito forte. Isso lhe confere grande peso na constituição da representação dominante dos acontecimentos. Quando as populações marginais ou desfavorecidas atraem a atenção da mídia, os efeitos da mediatização estão longe de ser os que esses grupos sociais poderiam esperar. A mídia doravante faz parte integrante da realidade e produz efeitos de realidade que ela pretende descrever. Sobretudo as desgraças e as reivindicações devem exprimir-se mediaticamente para vir a ter uma existência publicamente reconhecida e ser, de uma maneira ou outra, “levada em conta” pelo poder político. Intrinsecamente articulada e articuladora com os meios políticos, a imprensa é o canal onde muitos fatos históricos são desenrolados e levados ao público. Sejam as massas ou as elites.
Com base nisso, a reconstituição das lutas políticas e sociais através da imprensa tem sido o alvo de muitas pesquisas recentes. Nos vários tipos de periódicos se encontram projetos políticos e visões de mundo representativas de vários setores da sociedade. Necessariamente isso não transforma a realidade, mas é base para qualquer reivindicação consciente de mudança.

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