segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Com 35 anos de EMATER, João da Carpa tem orgulho do trabalho feito em Jataizinho e região

O técnico agrícola João Amaral Viana (57) construiu a vida em Jataizinho trabalhando no EMATER. Foi o emprego que lhe concedeu o apelido de João da Carpa. De inicio todos imaginam ser devido o peixe carpa. No entanto se refere ao fato do EMATER na época se chamar ACARPA (Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná) e gerar um homônimo homógrafo, ou seja, a mesma grafia e sentido diferente. João saiu de Águas Formosas (MG) para cursar Técnico Agrícola em Paraguaçu Paulista. Na época (1981) o Governo do Paraná abriu concurso e mandou inscrições aos interessados. Ele tinha 21 anos e prestou o certame em Curitiba, disputando 40 vagas com 600 candidatos. Dedicado aos estudos em Pró Várzeas, que é a drenagem do solo a fim de plantar arroz, ele passou nas provas e veio para Jataizinho. Casado em 1987 com Maria Aparecida Rossi Viana e pai de Gabriela e Tais Rossi Viana, o técnico agrícola diz que no inicio foi difícil sair da terra natal para assumir o cargo.                                                                                            
A especialização em Pró Várzeas possibilitou o trabalho nas plantações de arroz em Jataizinho e na região de Cornélio Procópio devido poucos ter esta formação. “O Pró Várzea consiste em drenar várzeas e encostas de morros com retro escavadeira e esperar a secagem. Após isto tratores e moto niveladores acertam o terreno. As minas são desviadas para rios e após isto se inicia o plantio”, cita. Neste período ele fez projetos relacionados à conservação de solo e readequação das estradas rurais, onde o Governo do Paraná, em diversos mandatos como do ex-prefeito Humberto Chamilete, fornecia combustível para as máquinas. “A readequação de 90 estradas rurais eliminou acidentes com tratores, algo que ceifou muitas vidas. Agricultores e motoristas que trafegavam a noite não viam os barrancos e ali caiam”, lamenta. Outro projeto foi o manejo de pragas como o bicudo no algodão e a lagarta da maça. “Dizem que o bicudo acabou com o algodão. Mas na verdade foi à carência da mão de obra”. O técnico agrícola também se dedicou a adubação verde com o plantio de aveia e tremoço, que se incorporam ao solo e produzem matéria orgânica e cobertura morta através da compactação. Concomitante a isto foi desenvolvido o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que comprava a produção da agricultura familiar e destinava a merenda escolar.                                          
Nestes 35 anos de EMATER, ele afirma que a agricultura se estabeleceu como a principal economia do município, mas que perdeu em relação à quantidade de aviários. Apesar de ser automatizada no comedouro e bebedouro, ainda depende da mão de obra para cuidar dos animais. Quanto ao milho e a soja, elas são produzidas na pequena e grande propriedade, mas ele observa que se deve diversificar para o agricultor não depender apenas de uma cultura, além de ter ganhos semanais e mensais com a olericultura (alface, tomate, quiabo, jiló e demais). Situações adversas de chuva, calor, geadas e frio prejudicam a plantação. “Estamos perto do Ceasa, um excelente canal de vendas. Existe a “pedra”, onde se comercializa juntos a demais comerciantes ou direto com mercados e quitandas”, cita.                                         
Para 2017, o técnico agrícola afirma que a EMATER trabalhará no manejo de pragas e na micro bacia do Tigrinho com manejo e conservação de solo, além da diversificação agrícola por financiamento bancário. Outro projeto a ser estudado é Programa de Aquisição de Alimentos, que beneficia as escolas ao fornecer merenda de qualidade e o agricultor, que recebe em dia e vende por um preço justo. 



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