sábado, 15 de agosto de 2009

O estilo do jornal caiu no agrado dos leitores. No primeiro ano, a circulação dobrou e a publicidade aumentou. Mas o déficit disparou por causa dos contínuos investimentos. Hearst queria fazer do "Examiner" o maior jornal de São Francisco e um excelente negócio, o que conseguiu depois de quatro anos, com ajuda inicial dos investimentos do pai. Vendia 80 mil exemplares numa cidade de 300 mil habitantes.

Em 1895 ele decidiu entrar em Nova York, o mercado jornalístico mais difícil dos Estados Unidos, com 17 diários, e competir com Joseph Pulitzer e o "World", seus antigos modelos. Comprou um jornal de Albert Pulitzer, irmão de Joseph, o "New York Morning Journal", de baixo preço, baixa circulação e baixa qualidade.

Seguiu o mesmo roteiro que em São Francisco. Procurou, por qualquer preço, os melhores jornalistas que pudesse encontrar. Para não perder tempo, contratou em massa toda a equipe que fazia o "Sunday World", o mais rentável jornal de Pulitzer, incluindo o artista que desenhava um suplemento com um garoto de camiseta amarela, extremamente popular entre os leitores, e que levou o garoto com sua camiseta para a edição de domingo do "Journal". Irritado, Pulitzer reagiu, ofereceu mais dinheiro e trouxe a equipe de volta. Apenas por 24 horas. Hearst aumentou a oferta e a contratou de novo no dia seguinte O "World" precisou encontrar outro desenhista e outro garoto com roupa da mesma cor. Foram esses suplementos e a camiseta do garoto que deram aos jornais de Pulitzer e Hearst o nome, depois pejorativo, de "imprensa amarela". Hearst também tirou de Pulitzer seus melhores executivos, entre eles Solomon S. Carvalho, de ascendência judaico-portuguesa. Todos eles ficaram milionários. Para ocupar seu lugar, Pulitzer promoveu outro executivo e ofereceu um jantar em sua homenagem - que foi cancelado às pressas porque ele, também, foi contratado por Hearst.

Como em São Francisco, o jornal de Nova York era graficamente bem apresentado, sensacionalista; defensor das massas, dos sindicatos e dos imigrantes. Iniciou várias campanhas e investiu pesadamente em promoção. Se o "World" era o jornal dos "underdogs", o "Journal" era o jornal dos "under-underdogs". Em pouco tempo, a circulação dobrou para 150 mil exemplares. Pulitzer, desorientado com as iniciativas do jovem impertinente, cortou pela metade o preço de venda do exemplar, mas com escasso impacto na circulação, e aumentou o da publicidade, o que levou alguns de seus anunciantes para o "Journal". Para complementar a edição matutina e competir com o jornal vespertino de Pulitzer, Hearst lançou o "New York Evening Journal".

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