domingo, 11 de janeiro de 2009

"A vida religiosa não se realiza onde gosta, mas onde há necessidade"

A Congregação Servas da Caridade, que administra o lar desde 1975, conta com três irmãs. A irmã Lina Dusi é uma delas. Vinda da Itália no ano 2000, ela trabalhou na África, onde atendia em postos de saúde. "A nossa congregação está presente na Itália, Croácia, Brasil, Equador, Ruanda e Burundi", diz a irmã Lina. Ela lembra que a comunidade surgiu em 1836, quando uma epidemia de cólera, em Brecia, na Itália estava vitimando milhares de pessoas. Foi quando a jovem Paula de Rosa, começou a se dedicar a esta causa. Dada a assistência, acabou-se com a cólera e ela entrou num hospital civil, onde se formou a congregação que trata dos doentes. Seu trabalho foi reconhecido pela Igreja Católica e seus feitos a tornaram na Santa Maria Crucifixa di Rosa. Enfermeira por formação, irmã Lina diz que a congregação chegou ao Brasil em 1963 e que uma serva da caridade serve e dedica a vida aos doentes. "A vida religiosa não se realiza onde gosta, mas onde há necessidade. No convento a realização é espiritual", diz.
Morando no lar, irmã Lina conta que elas são responsáveis pela gestão interna, além de outros trabalhos, como medicar, levar ao hospital e assistir os desamparados dia e noite. "Sinto-me como mãe dos doentes e as pessoas do lar se tornaram minha família." Questionada sobre o que leva ao abandono dos idosos, a serva da caridade afirma que muitos moradores do lar, principalmente os homens, saíram de casa, mas ao se tornaram idosos, já não são mais reconhecidos como membro da família. Esta situação o conduz a condição de andarilho. Outros moradores, que não são idosos, foram trazidos ao lar por bombeiros ou por pessoas que os encontraram em situações de risco.

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