segunda-feira, 3 de maio de 2010

Por estes motivos, devemos considerar que o Valor Econômico, ao ser voltado à elite capitalista, deve ser questionado em seus editoriais e apurarmos se realmente, seu jornalismo é um produto que está à venda, contribuindo para que os interesses capitalistas se sobreponham à ordem social e à ética.

No primeiro capítulo de nossa análise é feita uma abordagem teórica sobre o que é jornalismo e, quais podem ser as suas aplicações na política e na economia, além de o classificarmos como um instrumento da sociedade de massa, que contribui para o desenvolvimento social, político e econômico. Fazemos uma abordagem sobre o jornalismo voltado à economia e como ele pode nos influenciar a tomadas de diversas decisões. A abordagem sobre o jornalismo econômico se dá devido ao assunto principal desta monografia ser o periódico Valor Econômico, um jornal tecnicista e especializado em economia. Devemos reconhecer que o jornalismo de economia é um “instrumento do desenvolvimento econômico e social, que difunde diariamente uma enorme massa de informações sobre assuntos variados de interesse da sociedade e que interpreta os fatos econômico-financeiros”.

Por fim é abordado o editorial, não esquecendo que sua função é mostrar a opinião da própria empresa jornalística sobre determinado assunto.
No segundo capítulo, é feita uma abordagem sobre a política editorial do jornal Valor Econômico e os motivos pelos quais é movido. Devido a sua autodefinição como um jornal voltado para as classes sociais de maior poder aquisitivo e para um público mais abrangente e interessado em economia, ele se vê na condição de um veículo indispensável para reforçar as idéias de exploração entre as classes sociais produtoras e trabalhadoras. Declarando-se apartidário, desatrelado de governos, grupos econômicos, facções políticas, candidaturas e mantendo suas páginas abertas a representantes de diversas tendências ideológicas e políticas, o Valor Econômico entra em contradição ao afirmar que “seu compromisso ético é de ajudar a promover o desenvolvimento social e combater injustiças”.
No terceiro capítulo, é feita a análise crítica dos editoriais do jornal Valor Econômico, editados nos dias 5, 6, 12, 27, e 30 de outubro.

O primeiro editorial intitulado “Ações orquestradas para esvaziar as investigações”, há uma relação entre o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva e os constantes acontecimentos que movimentam o cenário político brasileiro, como as eleições de Ricardo Berzoini para a presidência do Partido dos Trabalhadores e de Aldo Rebelo (PC do B – SP), que é um “aliado histórico”, para a presidência Câmara dos Deputados. O Valor Econômico discute o corporativismo e o apoio que Lula ganhou na Câmara com a vitória do “aliado histórico”.

No segundo item deste capítulo, é feita a crítica do editorial de 6 de outubro, que tem como título a seguinte frase: “Avaliação política do governo é falha e lenta”. Neste editorial, o Valor Econômico aborda as questões referentes à ética e qual é o comportamento que deve guiar os políticos, para que não sucumbam diante da falta de moralidade. O foco central deste editorial está na situação do Governo, que passou a ter como aliado, Severino Cavalcanti (PP-AL), eleito presidente da Câmara dos Deputados e que perdeu seu mandato por estar envolvido em um esquema de propina e arrecadação ilícita de dinheiro.
O terceiro item avaliado tem como título “O PT e o direito da hereditariedade política”. Este editorial, de 12 de outubro de 2005, trata de uma questão muito ligada à política brasileira: o patriarcalismo e à hereditariedade política. Muito comum nos estados do Nordeste e nos antigos regimes oligárquicos, o patriarcalismo é representado, principalmente, pelos senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL), na Bahia e por José Sarney (PMDB), no Piauí e no Maranhão. No entanto, a crítica se torna mais contundente, quando o Valor Econômico afirma que o patriarcalismo não é um “privilégio” somente dos políticos acima citados, mas quando se tornou “perigoso” para o Governo, quando o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP), começou a influenciar na vida política de seu filho, Zeca Dirceu.

O Valor Econômico, ao citar o patriarcalismo em seu editorial, lembra que sua prática está associada a duas incoerências da política brasileira: o nepotismo e o clientelismo.

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