segunda-feira, 3 de maio de 2010

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O jornalista, ao veicular suas idéias e análises nos jornais, não está livre de “erros”, pois são opiniões subjetivas. Visto isto, mais especificamente no caso do Valor Econômico, ele deve ficar atento ao que o público leitor pretendo ler e com que expectativa de opinião, porém, nunca fugindo dos preceitos declarados pela linha editorial do próprio jornal. O editorial, por mostrar a opinião do jornal, sempre estará municiado de informações que se apegam aos valores, afinidades ideológico-partidárias ou financeiras de quem representa a empresa jornalística, ou seja, o editor. Sejam estes valores mostrados de forma explícita ou implicitamente. Sendo assim, o Valor Econômico, ao retratar as bases, o desenrolar das crises e, principalmente, os efeitos e defeitos da política brasileira, não estará isento de críticas adversárias, como qualquer outro jornal, mas torna-se suspeito por declarações e tendências políticas manifestadas durante a abordagem de determinados assuntos. Por estar dirigido a um público elitizado, comprometido com o capitalismo e que age conforme os interesses do sistema capitalista, sem dar valor a questão social mais geral, podemos desconfiar do que é publicado pelo Valor Econômico, pois, do contrário, corre-se o risco de ter uma opinião manipulada e controlada, de acordo com os objetivos editoriais pré-estabelecidos. E isto é o que deduzimos a partir de nossa análise, enquanto proposta do jornal Valor Econômico, ou de capacitar seus leitores que venham a compartilhar dessa mesma opinião conservadora.
Chegamos a essa conclusão, podendo afirmar que o Valor Econômico é um jornal movido e motivado por interesses não muito abrangentes e direcionados a um seleto grupo ao qual é ligado política e ideologicamente. Por isso, o leitor, ao observar uma crítica num jornal voltado à elite, deve procurar saber quais são os motivos que levam o jornal a tal crítica e se a mesma pode somente afetar seus “inimigos” e isentar totalmente seus aliados. O jornalista e leitor sempre deveriam agir como verdadeiros fiscais dos jornais e do Poder Público para que não houvesse injustiças com os menos favorecidos. Infelizmente isso não ocorre. No caso do Valor Econômico, o que pudemos notar em suas páginas, e mais especificamente em seus editorias, é que não há esse tipo de interesse em converter um público leitor a um público crítico-social. O jornal não trabalha com essa finalidade de formação e/ou capacitação política mais transformadora. Para acrescentar mais argumentos à idéia, não podemos esquecer de citar que práticas imorais adotadas por lideranças políticas e abordadas pelo Valor Econômico, como a corrupção, o patriarcalismo, as alianças “esdrúxulas”, que constituem o poder político representativo, entre outras ações, não podem passar em branco sem as devidas punições aos contraventores. Por isso, acreditamos que o jornalismo, no seu dia a dia, por meio de seus profissionais, seria a melhor forma de contribuir com a sociedade civil, acrescentando conhecimentos mais organizados, proporcionando uma formação cultural diferenciada, ainda que implicitamente, através de suas páginas e editoriais. Com isso, a impunidade não tomaria conta da Administração Pública e veríamos, pelas páginas dos jornais, todo um comportamento ético seguido por todos. Sem, é claro, não se deixando levar pelas “paixões” políticas, mas levando em consideração o jornalismo ético e as medidas coerentes que dariam mais respeito ao mesmo. A análise crítica de editoriais abre um leque de perspectivas quanto ao trabalho a ser desenvolvido pelo jornalista e as responsabilidades a ele atribuídas. Devido à questão ética que domina os debates, a população, independente do jornal, podia criar mecanismos de participação para permanecer omissa e passiva diante das dificuldades e da imoralidade em que se encontra nosso atual sistema político. Mesmo assim, com o fácil acesso à discussão, são cada vez maiores as possibilidades de mobilização e de tomadas de posição para as devidas profilaxias contra a impunidade. Porém, para que isso se torne realidade, o jornalista e os editoriais, jamais deveriam omitir a verdade e procurar não se associar a um segmento ideológico-partidário, ou econômico. Municiado disso (da verdade e da dissociação), o jornalista deveria mostrar aos seus leitores, as conseqüências que as medidas tomadas por quem está no poder, seja na esfera política ou econômica, causaria em sua vida. Devido o editorial ser a parte do jornal que tem mais responsabilidade sobre a opinião atribuída, devemos sempre prestar atenção e sermos críticos quanto ao que é escrito. Como dito antes, a falta de isenção dos jornais e orientação editorial movida por interesses (políticos ou econômicos) dá ao leitor a sensação de que não há ética e nem compromisso, mas sim a colocação de um interesse em primeiro lugar. No caso do Valor Econômico, um jornal elitizado, as perspectivas são as mesmas, devido o jornal estar voltado para as elites econômicas, ser um árduo interventor do capitalismo e não levar em consideração a questão social, mas sim a do lucro, que se mostra através da exploração dos trabalhadores mais pobres. O jornalista, em meio à esta desfavorável situação, em que os valores econômicos têm mais respaldo do que os valores sociais, deveria questionar a posição do jornal, o que é veiculado e o que isso mudaria em termos de concepção do leitor, que, geralmente acaba confiando naquilo que é passado pelo editorial. A partir disso, seria avaliada a seriedade do jornal e em que ele contribuiria para a conscientização política e social dos cidadãos. Portanto, ao leitor dos jornais, caberia a conscientização, de que o jornalismo e os editoriais não trabalham com a isenção, mas são movidos por interesses próprios, como, por exemplo, o capitalismo.

Em relação aos editoriais, eles abordam as questões políticas atuais que mobilizam e criam transformações no país. A partir disso, concluímos que os editoriais são de extrema importância no jornalismo, desde que trabalhados com seriedade e compromisso ético, para que não sejam injustos ao mostrarem, em suas páginas, uma opinião contrária aos interesses públicos mais gerais. Além disso, não podemos nos esquecer que os editoriais, ao veicularem uma idéia, criariam na sociedade argumentos que serviriam ao debate da opinião pública. Por isso, ao desmoralizar um político ou inferir inverdades, ele estaria lançando no debate algo que não seria relevante e que somente tiraria o crédito de quem não fosse seu aliado, independente sua linha ideológico-partidária.

Concluindo, vimos no jornal Valor Econômico, um veículo que exerce muita influência sobre os meios políticos e econômicos. Tudo usado em benefício da própria organização e de quem compartilha de seus objetivos políticos, financeiros e administrativos. Este tipo de comportamento deixa claro a total falta de seriedade do Valor Econômico, enquanto veículo de comunicação desprovido do caráter social, prejudicando, em última instância, o jornalismo e comprometendo toda a categoria profissional. Os profissionais que se permitem atuar neste tipo de imprensa, acredita-se, por conseqüência, estarão desenvolvendo um trabalho totalmente inócuo em relação às expectativas sociais mais gerais.

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