segunda-feira, 3 de maio de 2010

3 a) - O Momento Histórico e as características do período foram muito semelhantes em quase toda a Europa. A desilusão com o fracasso dos ideais do liberalismo, a miséria das cidades e a crise da produção no campo, as más condições de vida da maioria da população, contrapostas aos privilégios da burguesia, implicam pela visão objetiva e desiludida da realidade. Naquela época a Rússia vivia uma das piores crises econômicas de toda a sua história. O atraso econômico e cultural do país e as péssimas condições de vida dos camponeses e operários serviram de estímulo para que os autores Realistas Russos, muito influenciados pelo Realismo do resto da Europa, utilizassem a literatura como forma de critica e instrumento de denúncia social. Dostoievski escreveu Crime e Castigo, como representação de um drama moral de grande profundidade psicológica. O autor que foi preso e condenado à morte foi anistiado em 1859 e passou a dedicar-se ao jornalismo.
O narrador apresenta Ródion Ramanovich Raskolnikov e esclarece as condições psicológicas e sociais em que se encontra: vivendo na pobreza, num país que vivia as amarguras do sofrimento.
b) - “Crime e Castigo” se torna atual ao mostrar os aspectos que move a sociedade, como o dinheiro. A transposição no texto jornalístico e no filme da São Petersburgo do século 19 para a São Paulo de hoje não sofre muitas mudanças. Mesmo porque, apesar da diferença no tempo e na geografia, existe um ponto de contato fundamental entre as cidades: as duas são terras de contrastes. A São Petersburgo de “Crime e Castigo” (1866) era uma cidade com ricos palácios ocupados pelos poderosos locais, cercados por cortiços miseráveis onde se amontoavam bêbados, bandidos e prostitutas. Não é preciso detalhar muito a comparação para encontrar semelhanças com a São Paulo de hoje. Raskólnikov, o pequeno-burguês sem rumo que protagoniza “Crime e Castigo”, circula por casas, becos e tavernas fétidas da capital russa. Não seria difícil encontrar uma boa tradução visual desse universo na São Paulo de hoje. Nina é uma garota do interior que vive de bicos e não consegue pagar o aluguel, se move por apartamentos, lanchonetes e clubes que parecem saídos de uma revista de decoração. Raskólnikov planeja matar uma velha usurária não apenas porque precisa de dinheiro, mas também porque quer provar que é um ser excepcional, acima do bem e do mal, tal como César ou Napoleão, grandes assassinos absolvidos pela História. Para ele, seu ato de crueldade poderia ser justificado pela natureza vil da atividade da usurária e também pelo bem que poderia fazer à sua família com o dinheiro que roubaria. Depois do crime, porém, suas teorias são derrubadas pela culpa. Já a motivação de Nina para desejar a morte da senhora que lhe aluga um quarto está longe de ser metafísica. Ela parece querer assassinar sua senhoria porque esta lhe cobra com justiça o aluguel atrasado, porque é uma velha rabugenta e pão-dura. Há muitos motivos, mas nenhuma moral para os atos de Nina.
c) - As relações de autoridade apresentadas por Fiodor Dostoievski, tem como base o processo em que Porfiri Pietrovitch abre inquérito para solucionar o assassinato cometido por Raskolnikov. Porfiri expressa sua vontade e Raskolnikov se comporta de acordo com ela. Porém há uma qualidade especial: essa obediência de um lado ao outro se dá sem confrontos ou resistências, devido a crença na validade e na importância da vontade. Em outras palavras, acredita-se na legitimidade dessa vontade. A autoridade é, portanto, fruto de uma relação social de dominação legítima. A idéia de autoridade pode ser resumida como um poder fortemente estabelecido, legítimo e limitado. Com relação a família, se mostra presente nas personagens, todo mosaico possível de acepções do humano: os abismos interiores de desejo e culpa, os determinismos materiais e a tentativa de transcendê-los social e espiritualmente, as utopias políticas e religiosas, a fronteira tênue entre sanidade e demência, lucidez e possessão. Aquilo que os une, no entanto, é justamente o que os separa. A percepção do drama humano em sua totalidade fraturada, que se verifica em Dostoievski, aponta para falência. Outros aspectos mostram famílias desestruturadas, como a de Marmeladov e Sônia, que tem pouco dinheiro para viver e o que resta o pai gastava com bebidas. A família de Raskolnikov se mostra unida, apesar das dificuldades. Esta relação mostra que os russos estavam sofrendo pela pobreza. A solidariedade está presente em diversas passagens, como na qual Marmeladov morre e Raskolnikov dá dinheiro para Sônia poder comprar comida e ajudar no enterro. Não só o personagem principal, mas vários outros se mostram solidários naquele período. O oportunismo se mostra com o noivo de Dúnia, que queria aplicar um golpe na mesma e acusou Sônia de cometer um roubo. A saúde dos personagens do livro é muitas vezes citada. Os problemas causados pela bebida são o que mais aflige os personagens, além de mostrar um Raskolnikov atormentado por problemas mentais após ter matado a velha agiota. A agonia é muito mostrada, onde o personagem sofre alucinações e ter problemas alimentares causados pelo sofrimento e angústia. Por fim, as relações sociais estão presentes, sendo que o personagem principal se desentende com freqüência com outros personagens.
3) – Tema a): O sofrimento da juventude sem dinheiro que tem que ir a Universidade: A associação com Raskolnikov, que vivia em São Petersburgo é próxima; b) O alcoolismo: Marmeladov era constantemente visto bêbado, problema que desestruturou sua família; c) Latrocínio: Raskolnikov matou a agiota para roubar, mostrando um ato de latrocínio.
Do texto: Sofrimento da jovem: a velha escravizava Nina, fato que a levou a cometer o homicídio; A cidade grande e suas contradições: Nina veio do interior para São Paulo, onde não conseguiu se estabelecer e teve que desenvolver trabalhos não convencionais. c) A prostituição: Nina, para sobreviver é obrigada a se prostituir.

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