segunda-feira, 3 de maio de 2010

Crime e Castigo – Fiodor Dostoievski

1) - Publicado em 1860, 'Crime e Castigo' é a obra mais célebre de Dostoievski, onde Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado perambula por São Petersburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria - grandes homens, como César ou Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História. Raskolnikov angustiava-se no seu pequeno quarto, na verdade uma gaiola desbotada que o sufocava, onde pensava como um ser dotado de inteligência reconhecidamente superior, como a dele, estava reduzido àquela vida miserável, sem tostão e sem futuro enquanto que, naquela mesma cidade de São Petersburgo, a capital do império russo, à bem poucas quadras dali, uma velha usurária, chamada Aliona Ivanovna podia entregar-se livremente à exploração de desgraçados como ele. Porque não eliminar aquele ser parasitário, inútil, e utilizar-se do seu dinheiro para sair daquela situação apremiante, salvando também sua mãe e sua irmã, reduzidas ao opróbrio? Foi nestas circunstâncias terríveis que o jovem estudante desenvolveu sua doutrina do "direito ao crime", na qual todo aquele que se sente além das convenções tradicionais acerca do bem e do mal, que se percebe mais forte do que os demais homens, na verdade tem "direito a tudo", inclusive o direito de eliminar os que considera estorvo e prejudicial ao seu objetivo, pois o homem extraordinário deve, obediente às exigências do seu ideal, "ultrapassar certas barreiras tão longe quanto possível". A narrativa é ilustrada por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de pessoas que lutam para preservar a dignidade e que subsistem à margem da sociedade. Dostoievski retrata homens e mulheres rejeitados, sufocados e perdidos no mundo do século 19 onde são vítimas das diferenças sociais da Rússia daqueles anos. Exemplos como a prostituta Sônia e seu pai Marmelodov mostram que a Rússia e sua população estavam entregues a pobreza e a miséria.
A ligação de Raskolnikov com sua família era distante. Sua mãe, Pulkhieria Aleksandrovna, enviava-lhe dinheiro para custear as despesas com estudos. A irmã Dúnia, junto com a mãe foi a São Petersburgo para viver com Raskolnikov, pois Dúnia era noiva de Piotr Pietrovitch, uma pessoa bem mais velha que ela. No mais, o personagem era marcado por desavenças por ser contrário ao casamento da irmã. Outras ligações intimas do personagem era com o estudante Razumikhin, que sempre que podia o ajudava em seus estudos e principalmente financeiramente. O personagem era de poucos amigos e considerava solitário por não compartilhar com os costumes dos moradores de São Petersburgo. O desfecho é com Raskohnikov se entregando à polícia, após muita investigação e, na prisão é condenado há viver oito anos na Sibéria, onde Sônia aguarda sua liberdade. A mãe do personagem morre e sua irmã Dúnia se casa com Razumikhin.

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