segunda-feira, 3 de maio de 2010

3.5 – “Governo retoma iniciativa, mas paga um preço alto”

O Valor Econômico, no editorial de 30 de outubro, diz que o Governo, ao eleger Aldo Rebelo (PC do B – SP), para a Presidência da Câmara dos Deputados, mostrou que está muito “vivo” e acaba de vez com as possibilidades da oposição impetrar um pedido de impeachment do Presidente Lula. Além disso, conseguiu eleger ao cargo mais alta da Câmara, um “aliado histórico” da esquerda, que têm concepções ideológicas bem diferentes de Severino Cavalcanti.
Porém, o editorial afirma que a vitória do Governo não foi fácil, acabando por fim, numa diferença de apenas 15 votos:

“O segundo turno da disputa entre um candidato entre um candidato do Governo, Aldo Rebelo, e um contra ele José Thomaz Nonô, mostrou uma oposição diferente. Jogando agora contra uma ação mais articulada do governo no Congresso, a bancada oposicionista, sem o apoio do baixo clero, perdeu a eleição, mais conseguiu dividir a Câmara praticamente ao meio – foram apenas 15 votos de diferença entre s dois candidatos. Atribua-se ao Executivo a mudança de qualidade da ofensiva oposicionista: o PT e o Governo, ao longo dos últimos sete meses de crise, ofereceram a ela discurso e coesão”.

A partir da citação acima, concluímos que a oposição ganhou muita força neste período de crise, mas mesmo assim, não conseguiu vencer o Governo na eleição. NO entanto, o Valor Econômico, conclui a idéia, afirmando quer tal vitória só foi capaz, devido a aliança com o “baixo clero” (deputados de pouca representatividade mas que têm uma grande quantidade de votos) e pelo clientelismo. Pois, ao prometer a liberação de verbas a quem o apoiasse, o Governo utilizou-se da prática pouco ética. “Mas um fato tem que ser destacado da prescrição genérica de se abolir o clientelismo. Aldo Rebelo tem a obrigação, agora, de dar ao país garantias de que os mandatos dos deputados envolvidos em corrupção não entraram nas negociações. Afinal, Rebelo tornou-se parte da história ao testemunhar espontaneamente em defesa do deputado José Dirceu (PT-SP) na Corregedoria. A efusiva alegria dos deputados sob investigação, inclusive o próprio Dirceu, com a sua vitória, potencializa as dúvidas. Para afastar suspeitas, Rebelo terá de agir, nos processos contra esses parlamentares, com rigor dobrado. Será sua maior prova de independência em relação ao Executivo.”

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