domingo, 23 de dezembro de 2007

Fora do Tempo - HardCore Agressivo

Fora do Tempo: Tiago Ravache, Andrey Hudson, César Galvão, Alessandro e Tiago Scarelli

A musicalidade na Região Norte de Londrina é diversificada e há várias bandas que tocam músicas próprias. Com o hardcore agressivo, letras de vanguarda engajadas na crítica social, a Fora do Tempo é independente e prefere não se rotular. O grupo é composto por César Galvão, 24, vocal; Tiago Ravache, 21, guitarra; Alessandro Pereira, 23, baixo; Tiago Scarelli, 22, guitarra e; Andrey Hudson, baterista de apenas 14 anos. O nome Fora do Tempo surgiu posteriormente. No inicio chamava-se Fratura, algo que lembra uma queda. “O nome deu-se porque cada integrante gostava de um estilo musical. Nos ensaios, sempre havia um músico que não era afinado com os outros e a música ficava fora do tempo”, diz Scarelli, pioneiro na banda e morador do Aquiles. Para não haver divergências, todos dizem que gostam de rock. “Ele uma ‘árvore’ com várias vertentes”, completa Andrey.
O mais experiente é César Galvão, que mora no Jardim dos Alpes e passou por diversas bandas, entre elas a Surface, onde tocou guitarra. Galvão ouviu muito Ramones, Dead Fish, Dance of Days e é autor das letras e arranjos. “São diversos os estilos e influências que resultaram em baladas a sons progressivos. Algumas julgo confessionais, ao mesmo tempo subjetivas e com múltiplos sentidos. Ao todo, possuímos sete composições e a de maior destaque é “Ilusões”, que aborda a vontade de ficar com uma pessoa”.
Outro integrante da Fora do Tempo é Tiago Ravache, que vive no João Paz e é professor de violão. Com influências de Offspring e músicas clássicas, acha errônea a discriminação de alguns estilos. “Quando se define que existe uma tribo, é porque há divisão”. Apesar da técnica, ele entrou na banda inusitadamente. “Havia um show marcado para o sábado e estavam sem guitarrista. Isso era quarta-feira. Fui convidado, ensaiei e no sábado subi ao palco”, relembra. Guitarrista há seis anos, aprendeu muito através de Mozart e Beethoven. “Eles expressam sentimentos e emoções”. Quem toca baixo, guitarra e violão é Alessandro Pereira, morador do Luis de Sá. “Conheci o César em 1998, quando andávamos de skate e em pistas de madeirite na Saul. Nessa época escutava muitas bandas e sempre tive o gosto eclético”. Como Ravache, ouve Vivaldi, Bach, Mozart e ao mesmo tempo CPM 22. “A música clássica é mais formal. Mas há transições. Música é algo muito aberto”, recordando-se que pegou num violão muito cedo. “Era um Tonante com cordas de aço, do meu avô, que tocava na Folia de Reis. A Folia é tradição e cultura popular relacionada ao violeiro caipira”, diz. Scarelli, do Aquiles e Andrey, do Luis de Sá tem a mesma opinião. Ambos sabem que a banda tem um futuro promissor, pois tocam em escolas e ensaiam todos os sábados. Scarelli completa: “Falta, em Londrina, mais espaços públicos e privados para as bandas mostrarem seus trabalhos. Em compensação, as novas tecnologias, como o celular, mp4 e a internet, possibilitam que mais pessoas conheçam nosso trabalho”.

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