segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Amante da natureza, Kalú rodou o trecho e quer em ir ao Lata Velha da Rede Globo.


Conhecido por Kalú, Nelson Vicente (53) mora na Vila Frederico. Nascido no distrito de Santa Rosa (próximo a Bela Vista do Paraíso), após o falecimento dos pais, sepultados em Jataizinho, aos 14 anos ele “caiu no mundo para rodar o trecho” a pé, de bicicleta e moto. Neste período conheceu os estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de ter vivido inúmeras histórias, como o dia que lavava roupas num rio em Caçapava (SP) debaixo duma ponte e após uma confusão generaliza, para não entrar na briga ele vestiu a roupa de outra pessoa e saiu correndo. Outro fato pitoresco é a viagem de Belo Horizonte a São Bernardo do Campo de bicicleta. Ele se alimentou com pessoas que jamais tinha visto antes, mostrando que na estrada há solidariedade e uma vida alternativa. “Muitos rodam o trecho. A tendência é aumentar devido o crescente desemprego”, cita.                                                                       
Outra peculiaridade de Nelson Vicente é a paixão pela música e em específico o rock. No trecho ele cantou em diversas bandas, como a Kiss Me em São José dos Campos e que tinha no repertório sucessos de Jerry Adriani, Fernando Mendes, José Augusto, Beatles, Rolling Stones, Phollas, Scorpions, Europe, Metallica, Guns Roses e demais grupos de sucesso. “Infelizmente é raro tocar estas músicas nas rádios”, declara.                                                                        
Devido à idade Nelson saiu do trecho e retornou a Jataizinho para atuar no “Cinturão Verde”, uma espécie de depósito de lixo localizado na saída para Assaí. Ele se vê como um ambientalista e cuidou da reciclagem por oito anos, separando papelão, metais variados, pneus e plásticos. Para lhe ajudar, ele contatou oito pessoas que conheceu no trecho. “O planeta deve ser cuidado e isto cabe ao homem. Fico triste por haver pouca consideração com a natureza devido não haver a prévia separação do lixo nos imóveis. Estão destruindo tudo e cabe a nós mais consciência. A água e as florestas são fundamentais e se os animais não tiverem um local para viver, irão acabar”, relata.                           
Hoje, como ambulante, ele faz bicos variados e tem um caminhão Dodge 75 Trucão ¾ com peças de outros veículos, como motor e carroceria Wolkswagen e câmbio Chevrolet. Ao todo ele investiu cerca de 50 mil no veículo, que foi usado no “Cinturão Verde”, em mudanças e na agricultura. O Dodge ainda funciona, mas está parado. “Meu sonho é ir ao Lata Velha do Luciano Hulk a fim de pintar e trocar os pneus”, pontua Nelson Vicente, que também é apaixonado por bicicletas e gosta de pedalar a noite para “curtir o silêncio, ver a lua e as estrelas”.


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