quinta-feira, 18 de junho de 2015

João de Deus: um vereador que dedicou a vida a educação.


A trajetória de João de Deus Alves da Silva Sobrinho (91 anos), sempre foi dedicada a educação. Vereador por duas vezes, nas gestões de Evilásio Rangel Cordeiro e Dionísio Stricker, ele nasceu na Água das Flores em 4 de outubro de 1924 e morava na fazenda do avô, onde o pai cultivava cereais e café, além de possuir uma fábrica de aguardente e açúcar. Com a venda da fazenda foi morar Baixio do Poço Grande, que hoje pertence a Rancho Alegre. Até os 18 anos cultivou café na roça e, como possuía o primário completo, foi convidado para lecionar. “Falaram ao prefeito Antônio Brandão de Oliveira que uma professora não cumpria regularmente as obrigações do magistério. E, ao ir na prefeitura fazer um documento, ele disse: O João de Deus está ai? Mande-o entrar. Na sequência emendou: Não é certo a professora ir à escola e não se dedicar. Ele perguntou se eu queria dar aula. Recusei pois não era professor. Mesmo assim assumi a responsabilidade por quatro anos”, recorda. 

Sem formação completa, fez magistério e se graduou em Londrina, vindo a ser Inspetor Auxiliar de Ensino no Estado, subordinado ao Núcleo Regional de Assaí. No período as escolas eram precárias, estavam em mal estado de conservação e não havia zeladoras suficientes. “Consertamos e construímos o que não havia nas escolas municipais e estaduais. Providenciei merendeiras e uma Kombi para distribuir a merenda, uma vez que os professores escolhiam duas alunas para fazer o trabalho”, diz. Além de inspetor, João de Deus exerceu o cargo de Juiz de Paz e de Menores. Como Juiz de Paz fazia casamentos, reconciliava casais e cobrava aluguéis. Em relação ao Juizado de Menores este era mais difícil. “Saíamos para as rondas noturnas. Se após às 22 horas víssemos algum menor de idade na rua ou no bar, era apenas apontar o dedo e iam embora. Se não fossem, dizia que seriam presos e os pais tinham que busca-los na cadeia. Ao retornarmos não os víamos mais. Na verdade ninguém seria preso, era apenas para amedrontar”, relata.

 Quanto a época de vereador, ele cita que as brigas internas eram constantes, chegando a vias de fato. “Obrigávamos os prefeitos a fazer o correto e a atender as demandas. Trabalhei para valer, mas sofri bastante”, diz. Nesta época, uma das escolas que ajudou a construir foi a Vicente Rodrigues Monteiro, após solicitar ao Governador Ney Braga. A escola era pequena e possuía duas salas de aula. A que existe no Couro do Boi e o Ginásio de Esportes do Colégio Adélia Antunes Lopes, também foram por seu intermédio. “Cansava de solicitar aos políticos para que tomassem as devidas providencias, pois chovia dentro das salas de aula. Como resposta diziam para aguardar”, salienta. Tomando iniciativa, fez um requerimento e em segredo foi a Curitiba. Recebido pelo Secretário de Educação, seu pedido foi encaminhado e cinco dias após retornar a Jataizinho recebeu uma carta informando que a demanda seria atendida. “Quando o prefeito viu a ordem para a construção da escola ficou irritado. Afirmou que desrespeitei a hierarquia. Porém disse para não se preocupar, pois a obrigação de pedir as benfeitorias era minha, uma vez que era inspetor”, relata. Outra benfeitoria feita por influência de João de Deus foi a ponte da Vila Frederico, na época de madeira. 

Casado há 41anos com Edna Lizieiro da Silva, de 63 anos, ele tem seis filhos do primeiro casamento (Sebastiana, Leonice, Terezinha, Odete, Maria de Jesus e Djalma) e dois da relação com Edna (Rosana Valquiria e Ricardo).

Um comentário:

Anônimo disse...

Ola sou de sorocaba e aqui tem um ex aluno do senhor inspetor joao de Deus ele gostaria mto de reencontta-lo pois foi aluno da prof eliziara no alto alegre no ano de 1968 por favor entrem em contato conosco 15 997157601