domingo, 31 de agosto de 2008

Sem plantonistas no Cristo Rei, pacientes tem que recorrer a hospitais particulares ou ir a Londrina para se consultar

Na última sexta (29), o Nossa Terra foi ao Hospital Cristo Rei, o maior de Ibiporã, para tentar “diagnosticar” a saúde no município. Ao chegarmos à porta do pronto-socorro, não havia um paciente sequer aguardando para ser atendido. O motivo: a falta de plantonistas. A escassez de médicos também é vista nos plantões, quando o pequeno espaço da sala de espera, do pronto-socorro, que atende em torno de 4500 pacientes por mês, mal suporta o contingente de pessoas que buscam clinico geral, pediatra e ginecologista. Na fila de espera, o doente tem que aguardar quase seis horas para a consulta. Para os mais pobres e desfavorecidos, é difícil desembolsarem em torno de R$60,00 no clínico geral ou R$110,00 para especialistas, nos hospitais e clínicas particulares.
A cena precária e vergonhosa é comum e se repete com freqüência, segundo Aparecida Gouveia Teles, de 70 anos e moradora do Jardim Panorama. A aposentada diz que sofre muitos transtornos quando é obrigada a ir para Londrina fazer e buscar exames. “O atendimento está péssimo e faltam médicos”, lamenta. Aparecida relata que a morosidade da saúde, em Ibiporã, é causada pela baixa remuneração paga aos médicos e que não há estímulo para que os mesmos fiquem na cidade. Inconformada com a situação, ela disse que procurou um cardiologista, no Cristo Rei, e fez uma bateria de exames, mas, na data combinada para buscar o resultado, foi informada que o médico havia deixado à cidade, em busca de melhores salários. “Há mais de um mês estamos sem cardiologista e na época que temos o médico, as consultas são muito demoradas. O paciente aguarda melhoras da saúde, mas essa, infelizmente, apenas piora”.
O quadro que se agrava a cada dia é visto quando um médico é obrigado a consultar outra especialidade, como um pediatra ter que atender a clínica médica do pronto-socorro. Hoje, em Ibiporã, um médico atende mais de 120 pacientes num plantão. Com o congestionamento, as consultas são demoradas e a qualidade do atendimento fica péssima. “Você entra num estado e sai pior”, afirma Aparecida. Situações como essa ou como a do pronto-socorro lotado, chocam a todos. Imagine o que a falta de remédios pode piorar a situação? Ou pacientes com dor aguda ou poli traumatismo?
Segundo informações, existem dificuldades para contratar médicos devido o baixo piso salarial, que hoje está em torno de R$400,00 pelo plantão de doze horas. Por conseqüência, a vergonhosa falta de médicos é constante.
O problema existe e devemos buscar soluções para desafogar a saúde, como por exemplo as consultas nos postos de saúde para casos menos complexos. Ou trilhar pelo caminho da gestão pública, com a criação de Centros de Atendimento para clinica básica e consulta ambulatorial. Não podemos nos esquecer que há anos a cidade não possui o médico da família.
Com 100 leitos de enfermaria e 160 funcionários, o Cristo Rei é um hospital filantrópico, que recebe poucos investimentos da prefeitura e não tem caixa para contratar, através de concurso público, médicos. Em Ibiporã, o médico é autônomo e contratado por plantão. Com isso, ele não tem o vinculo empregatício e na sua ausência, cabe ao hospital substituí-lo. Vale citar: Hoje, o Cristo Rei não tem sequer, um médico concursado. Não caberia ao município adotar medidas como a abertura de concurso público para a área e ajudar a manter o corpo clínico do hospital? Cabe a você, leitor, dar a resposta.

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