segunda-feira, 3 de março de 2014

No Tibagi, Ilha de São Luís oferece lazer junto à natureza.

A ilha é coberta de árvores.
Na década de 80, o rio Tibagi agonizava a morte devido à poluição causada pelas indústrias. A quantidade de peixes e animais que morriam em seus leitos foi imensa e precisou-se conscientização e lutas constantes para que esse quadro fosse revertido. Hoje, ele percorre 42 cidades do Paraná, abastece inúmeras delas, tornou-se fonte de riqueza aos pescadores e enaltece a todos por sua deslumbrante beleza, formada por caudalosas corredeiras. Sendo o rio mais importante da nossa região, ao longo de seus 616 quilômetros, oferece imensa diversidade de plantas, animais como capivaras, cotias, quatis, garças e biguás, além de peixes como piapara, mandi, curimba, traíra, pintado, dourado, cascudo e piau. Muitas das etnias indígenas remanescentes, como a Guarani e Kaingang, vivem as suas margens, tanto é que o Tibagi, conhecido no passado como El Dourado, devido à riqueza de metais preciosos e diamantes, tem a origem de seu nome no tupi-guarani (tiba – muita / gy – água). 

Em meio a esse “paraíso terrestre”, na BR 369, quilômetro 128 (mil metros antes da praça de pedágio de Jataizinho), existe a Ilha de São Luís Quitério, com ampla área de lazer e abundante natureza. Eduardo Lombardi Quitério, neto do fundador e pertencente à terceira geração de uma família que chegou à região em 1962, vinda de Portugal, diz que no período foram plantadas, na ilha, mais de dez mil mudas entre eucaliptos, manga, jambolão e cedro. 

Mas, não imagine que a família Quitério apenas cuida da ilha e do sítio nas imediações. Luís Carlos Quitério, filho do fundador, nas horas vagas se dedica à produção artesanal de barcos, feitos especialmente para as corredeiras do Tibagi. “É uma tradição familiar. Meu pai fez mais de duzentos barcos e o processo de fabricação dura em torno de vinte dias”. Segundo o barqueiro, o material usado é madeira naval ou timbuí e os barcos podem medir até seis metros de comprimento. Testemunha do renascimento do Tibagi, ele se recorda com penar a década de oitenta, quando o rio estava poluído e as águas baixaram muito. Isso mudou por causa da fiscalização e o controle das empresas que jogam dejetos no rio. “O cuidado e a conscientização são maiores e até vi, recentemente, um pescador que fisgou um pintado de 42 quilos.” Pescador profissional, Carlos diz que o rio pode oferecer, a um pescador, mais de 100 quilos de pesca por dia. Mesmo com a fartura, ele ressalta que a ilha não é propícia à prática por causa das corredeiras, mas há 25 quilômetros abaixo, a represa Capivara permite a pesca. 

O Rio Tibagi.
Funcionando todos os dias, e com acesso por uma ponte, sem precisar usar balsa ou barco, a ilha tem maior movimento aos fins-de-semana, onde recebe em torno de setecentos visitantes, que além do lazer e da natureza, encontram porções dos mais variados tipos de peixes, mandioca com porco, frango a passarinho ou quibe de piapara. O preço das porções varia e dá para quatro pessoas. Também são servidas bebidas, refrigerantes, arroz e saladas. A Ilha de São Luís oferece música ao vivo, uma quadra de futebol de areia, tendas e churrasqueiras que devem ser reservadas antecipadamente.


Carlos afirma que o local é aberto a todos, mas ressalta que os visitantes devem ter consciência quanto à preservação da natureza e não jogar lixo no Tibagi e na ilha, já que o local está repleto de lixeiras. “Quem não conhece deve procurar, porque é um pedaço do paraíso na Terra”, finaliza.



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