segunda-feira, 20 de abril de 2009

Superação: Ex-aluno da Apadevi mostra que não podemos desanimar frente às dificuldades: "Aos 27 anos nem saia de casa. Hoje trabalho e me casei."

A vida do massoterapeuta Cláudio Cesar Neves Cordeiro, até os 27 anos, resumia-se apenas nas consultas oftalmológicas e a poucas saídas de sua casa, localizada em São Paulo. Ele, que estudou até a 3ª série do ensino fundamental e mora em Ibiporã desde o ano 2000, teve uma mudança radical quando conheceu e se matriculou no CADEVI (Centro de Atendimento ao Deficiente Visual). Sua intenção era mudar de vida e no CADEVI aprendeu música, datilografia, artesanato, além de ter auxílio pedagógico.
Com o interesse pela entidade e vontade de crescer, Cláudio começou a participar das reuniões do grupo e hoje, aos 36 anos faz parte do Conselho de Administração. Portador da Síndrome de Steve Johnson, que na idade de um ano e quatro meses o deixou com apenas 10% da visão direita devido à obstrução da glândula lacrimal, Cláudio relata que a deficiência o "deixou retraído quanto à busca de trabalho e estudos. Em São Paulo não conseguia apoio e não conhecia nenhum deficiente".

Porém ele afirma que o convívio com os alunos deficientes visuais lhe deu conforto e amenizou sua dor. "Quanto tinha dificuldades, pensava ser o único a ter que enfrentá-la. Mas no CADEVI descobri que isso era comum e a convivência me tornou confiante devido cada aluno ter um relato de vida".
É a partir deste momento que a superação e a força de vontade entram na vida de Cláudio, que terminou os estudos no CADEVI e logo começou a fazer o curso de massoterapia. Formado e atuando numa empresa com o quadro superior a 17 mil funcionários, ele sabe que tem muitas coisas a conquistar ainda pela frente. "O CADEVI me deu novos horizontes e a deficiência não é empecilho para a vida digna", comemora.

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