terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Domingos Rosa e Maria de Lourdes completaram 70 anos de união.

As primeiras recordações de Domingos Rosa para o Operário das Letras e a Folha de Jataizinho foram da infância, quando na sua inocência as brincadeiras eram o “passa anel” e a “cirandinha”. Nascido em 27 de março de 1918, na memória de 97 anos há lembranças do carro de boi e do pai, que era violeiro. Vindo de Jacuí (MG) com a família para Santa Mariana, após quatro anos de trabalho árduo seu pai comprou um sitio de mata nativa, derrubada a machado, na Água Branca. Com o inventário do mesmo, ele ficou com três alqueires, posteriormente vendido a familiares. “Havia apenas a ponte ferroviária, uma rodoviária e a balsa que atravessava o Tibagi rumo a Ibiporã”, recorda                                  

Pai de quatro filhos (João Rosa, Antônio Rosa, José Rosa), oito netos e onze bisnetos, ele conheceu a esposa Maria de Lourdes Furlan Santos (88) na Água Branca em 1946, se casando no ano posterior em Assai no dia 28 de julho. Ela nasceu em Aparecidinha (SP) e é filha de Benedito Furlan e Antonia Alves Furlan, sendo que chegou à Água Branca na época que o local era coberto por mata virgem. “Éramos crianças quando nos conhecemos e fui a única namorada da vida do Domingos”, diz Maria de Lourdes que é ouvinte da Rádio Nova Geração e todos os domingos liga pedindo músicas. Quanto a esposa, Domingos recorda que neste quase 70 anos de união, ainda na época de namoro eles foram a um baile e por algum motivo se desentenderam e ela foi embora, deixando-o sozinho. Mesmo assim ainda gostava dela. “Passou uma semana e não arrumei namorada, até que apareceu a irmã do seu cunhado que estava interessada em ficar comigo. Porém o amor pela Maria de Lourdes era maior e reatamos, ficando juntos até hoje”, recorda.                                      
Com o casamento estabelecido eles foram para Grandes Rios, próximo a Ivaiporã. Com o passar do tempo, em 1963 o sogro Benedito Furlan perguntou se eles tinham interesse de voltar a Jataizinho. Com isto retornaram e após uma grande colheita de café compraram o imóvel que vivem. “Na época o prefeito era o Evilásio Rangel e na área urbana trabalhei na Indústria de Óleos Tibagi (Irpasa) e como mascate, onde rodei o Paraná vendendo tijolo para as cerâmicas de Benedito Furlan (Santa Mônica), Edro Germando, Edson do Vale, José Espanhol, Augustinho Pavão e Zé Mineiro. Este trabalho trouxe riquezas para a cidade e fui intermediador do progresso ao vender a matéria prima para as construtoras fazer prédios e casas”, recorda.                                                        
A idade avançada não impede que Domingos lembre fatos inusitados da vida, como por exemplo o dia que foi de Jataizinho a Bandeirantes de “jardineira” com quatro grandes latas de mel que vendeu num restaurante. “Além de comprar o mel, o dono do restaurante pagou o almoço e a passagem de volta num trem”, diz. Outra memória é de quando a cidade era pequena, havendo apenas a região central e parte da Vila Frederico. “Quando mudei para área urbana não tinha ‘força’ e chamamos o ‘Pedro da Luz’ para instalar um poste e junto com ele a energia’”, finaliza. 

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