sexta-feira, 10 de junho de 2011

Lambe lambe

Certamente ao andar pelo centro de Londrina, você deve ter se deparado com uma praça, entre as ruas Rio de Janeiro e São Paulo, é a mesma praça onde alguns “hippies” vendem artesanato. Pois bem, naquela praça, que se chama Praça da Bandeira, trabalham como fotógrafos alguns senhores, que são mais conhecidos como “lambe-lambe”.

Messias Bezerra, que trabalha como fotógrafo da praça, há mais de 30 anos, contou que atualmente o trabalho diminuiu, devido ao crescimento do número de pessoas que tiram fotos. Lembra que na época que começou a trabalhar os recursos eram poucos e que ganharam apelido de “lambe-lambe” por um fato curioso. É que antigamente para se revelar uma fotografia em um laboratório, era muito trabalhoso e o processo poderia custar caro, então os fotógrafos tiravam a fotografia e ela saia impressa em uma chapa de vidro, posteriormente, o profissional “lambia” o papel e o pressionava contra o vidro, após isso a imagem saia impressa no papel.

O sr. Messias também disse que antes de trabalhar como fotógrafo, trabalhou nas fazendas da região, pois sua família veio de Águas Belas, Pernambuco.

O trabalho do “lambe-lambe”, não se resume somente em tirar fotos de pessoas nas praças, mas também fotografam casamentos, fazem reportagens e participam até de Bienais de Fotografias. Messias disse que nos casamentos existe até um certo “glamour”, pois os noivos e os convidados gostam faz poses para que sejam tiradas as fotos e também, a revelação é instantânea. Para trabalham em um casamento, que dura em torno de cinco horas de trabalho, ganha em torno de R$300.00. Já nos casos das Bienais, que ocorre em Curitiba, todos os anos, a jornada de trabalho é de 4 horas por dia, e lá ganham a hospedagem, transporte, alimentação e mais R$50.00 por dia. Disse que o trabalho em uma Bienal é simples, tem que explicar, para visitantes e estudantes, como funciona a máquina e como trabalham. São 6 fotógrafos que trabalham na Bienal.

Apesar de parecer um trabalho arcaico, as máquinas tem muita resistência, apesar do tempo de uso. Usam o filme ASA 125, pois a das fotos são 3x4 e de cor preto e branco. A velocidade que a máquina é ajusta é de 50.

Messias disse que apesar de parecer um trabalho pouco qualificado e de pouco valor, eles estão sempre se aperfeiçoando e ensinando muitas coisas para quem queira ir lá “prosear” um pouco.

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