No princípio eles viviam nús. Depois vieram os missionários para cobrir “suas vergonhas”. No caminho das riquezas chegaram os colonizadores abrindo caminhos para a escravidão. Após o combate desigual de bacamartes e canhões contra arcos e flechas, suas terras foram devoradas pelo “homem branco”, até serem confinados em reservas. Usos, costumes, medicina e cultura esvairam-se. Por isso, o índio segue hoje mambembe e maltrapilho rumo ao desconhecido e mais nú do que nunca. Entretanto, a partir do momento que existe a oportunidade de mudar, seja através do estímulo a agricultura ou com a entrada na universidade, suas vidas se transformam completamente. É partir daí que há transformações culturais e econômicas que dão suportes e inspiração para arrumar o passado.
Na Universidade Estadual de Londrina, existe um grupo indígena organizado que espera montar uma biblioteca e uma sala de atendimento especial que cumpra as necessidades básicas de quem sai da aldeia, como por exemplo recursos para alimentação, transporte, moradia e principalmente o bem estar social. Além dos índios, que na maioria são oriundos das aldeias da região não estarem interessados em conquistas pessoais, benefícios próprios, ou no mercado de trabalho, mas sim, pensar em retornar para suas aldeias de garantir o futuro aos jovens.
Leonardo Vargas da Silva, de São Jerônimo da Serra é o exemplo. Casado e pai de dois filhos, fez todo o ensino fundamental na aldeia, porém teve que parar para trabalhar na roça, esta situação é comum pelo fato do índio não ter o costume de ter estudo. Depois, com a oportunidade de reiniciar os estudos, Leonardo fez supletivo do 1º e 2º grau e partiu para o magistério. Porém à vontade de entrar na universidade foi tanta, que iniciou o curso de pedagogia e após um ano, fez um novo vestibular e passou em medicina. Hoje, além de se qualificar como pediatra, uma das especialidades que as aldeias mais precisam, Leonardo se dedica a saúde mental através do combate as drogas, a DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e principalmente no combate a bebida, que é um dos principais males que atinge as populações indígenas. No futuro, ele espera se especializar em geriatria, uma área com poucos profissionais.
Outro indígena que está em sintonia para a preservação dos costumes e das tradições é Marciano Rodrigues, aluno de Ciências Sociais na UEL. Marciano, sempre atento para combater as injustiças e as possíveis questões que aflige e oprime seu povo, diz que a solução para tanta desigualdade pode ser encontrada através da educação e da colocação do índio como um indivíduo igual perante o branco e não como um ser marginalizado, como pensa a elite. Idealizador do projeto de Saúde Mental para a comunidade indígena do Paraná, Marciano está tão empenhado no projeto, que as reuniões, que acontecem as quartas-feiras, conta com a participação da comunidade universitária indígena, membros do SEBEC (Serviço de Bem Estar da Comunidade Universitária) e principalmente, com a presença de representantes da FUNAI (Fundação Nacional do Índio).
Apesar das facilidades que estão sendo criadas para que os indígenas tenham melhoria na qualidade de vida a partir da universidade, a Dra. Magali Cecili Surjus Pereira, afirma que as identidades culturais, sociais e lingüísticas, devem ser preservadas para que não haja enfraquecimento das tradições e contradições nos costumes. Com dois livros publicados pela EDUEL, a Editora da Universidade Estadual de Londrina: “Política de identidade: um estudo de caso com Kaingáng” e “Meninos e Meninas Kaingáng: o processo de socialização”, Magali afirma que os índios, através do convívio nas aldeias, conseguem manter as tradições sociológicas, como a língua, a pintura, o artesanato e as comidas, além das relações internas serem diferentes da sociedade branca, isto porque “a cultura está em ligação direta com o indivíduo”.
Segundo a autora, existem as Teorias da Representação Social e a Teoria Social do Sujeito de George H. Mead. A primeira afirma que o indígena, dentro do ambiente da aldeia, tem uma cultura particular que vai de encontro com seus costumes. Além de a mesma ser comum e individual. Já a Teoria Social do Sujeito de George H. Mead afirma que quando o indígena sai do ambiente e vai para a cidade, sua relação pessoal é perdida, sendo ocupada pela cultura do branco, é a partir deste processo que o índio perde sua cultura e começa a agir conforme o que está ao seu redor, no caso os costumes da cidade.
Técnicas de Pesquisa, Reportagem e Entrevista III
Docente Osmani Costa
Discente Marcelo Souto
University for the Indian
In the beginning they lived naked. Then came the missionaries to cover "their shame." On the way of wealth reached the settlers opening ways for slavery. After the unequal combat of blunderbuss and cannon against bows and arrows, their lands were devoured by the "white man", before being confined to reservations. Customs, medicine and culture jade. Therefore, the Indian follows today mambembe and tattered towards the unknown and more naked than ever. However, from the moment that there is a chance to change, either through the stimulus to agriculture or entering the university, their lives are transformed completely. It is from there that there are economic and cultural changes that support and inspiration to fix the past.
At the State University of Londrina, there is an indigenous group that hopes mount an organized library and a room for special care that meets the basic needs of people leaving the village, such as resources for food, transport, housing and especially the social welfare. Besides the Indians, who mostly come from villages in the region are not interested in personal achievements, benefits themselves, or in the labor market, but think of returning to their villages to ensure the future for young people.
Leonardo Vargas da Silva, Saint Jerome from Sierra is an example. Married and father of two children, did all the elementary school in the village, but had to stop working for the countryside, this situation is common because the Indians do not have the habit of taking study. Then, with the opportunity to restart the studies, Leonardo made a supplement to 1st and 2nd grade and left for teaching. But the desire to enter the university was so, who started the course in teaching and after a year, has a new college entrance and went into medicine. Today, in addition to qualify as a pediatrician, one of the specialties that the villages most in need, Leonardo is dedicated to mental health by combating the drugs, the STD (Sexually Transmitted Diseases) and especially in combating drink, which is one of the major ills that affects indigenous peoples. In the future, he hopes to specialize in geriatrics, an area with few professionals.
Another native who is in line for the preservation of customs and traditions is Marciano Rodrigues, a student of Psychology at UEL. Marciano, always alert to fight the injustices and possible questions that beleaguered and oppressing its people, says the solution to so much inequality can be found through education and placement of the Indian as an individual equal to the white and not be sidelined as a , As does the elite. Creator of the draft Mental Health for the indigenous community of Parana, Marciano is so committed to the project, that the meetings, which take place on Wednesdays, will see the participation of indigenous university community, members of Sebec Service (Wellness Community University) and especially with the presence of representatives of FUNAI (the National Indian Foundation).
Despite the facilities that are being created so that the Indians have improved the quality of life from the university, Dr. Cecilia Magali Surjus Pereira, says that the cultural, social and linguistic, should be preserved to prevent any weakening of traditions and contradictions in customs. With two books published by Eduel, the Publisher of the Londrina State University: "Politics of identity: a case study with Kaingáng" and "Boys and Girls Kaingáng: the process of socialization," Magali says that the Indians through the meeting in villages, to maintain the traditions sociological, such as language, painting, crafts and food, in addition to the internal relations are different from white society, because "the culture is in direct connection with the individual."
According to the author, there are the Theories of Social Representation and Social Theory of the Subject of George H. Mead. The first states that the indigenous within the environment of the village, has a particular culture that contradicts the findings of their customs. In addition to it being common and individual. Already the subject of Social Theory of George H. Mead says that when the Indians come out of the environment and goes to the city, their personal relationship is lost, being occupied by the white culture, it is from this process as the Indians lost their culture and begins to act according to what is around you , Where the customs of the city.
Technical Research, Report and Interview III
Teacher Osmani Coast
Discente Marcelo Souto
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