sexta-feira, 11 de março de 2011

Parceria inédita entre prefeitura e Ong E-lixo propicia a coleta seletiva de resíduos eletro-eletrônicos



Na Era da Informação as tecnologias tornam-se ultrapassadas em menor espaço de tempo, determinando o aumento da produção industrial e, por conseqüência de resíduos eletro-eletrônicos. Nas empresas, as tecnologias são trocadas há cada dois anos, sendo os componentes obsoletos encaminhados a outros setores e, numa terceira instância, descartados pelo baixo valor comercial. Faltam soluções e estudos adequados para destinar tais equipamentos. O cidadão, mal informado, joga estes resíduos, como computadores, máquinas de lavar roupa, liquidificador, baterias e pilhas, no lixo comum, propiciando a contaminação do meio ambiente. O tempo de decomposição de um monitor de computador, por exemplo, feito de vidro, metal, fios, sílica e plástico, é bem maior de que outros produtos.
A fim de encontrar uma solução para minimizar tais problemas ambientais e gerar renda a famílias mais humildes, foi criada em Londrina a ONG E-lixo. A mesma recebe doações de máquinas e equipamentos, evitando que estes acabem em aterros comuns, ocasionando danos ambientais. Ela oferece o serviço a toda região, que consiste em armazenar e reaproveitar peças e equipamentos, quando possível, garantindo que produtos não reutilizáveis sejam destinados a empresas especializadas na reciclagem dos metais e plásticos presentes nestes. E, numa parceira inédita entre a prefeitura e a Ong, foi iniciado o trabalho de coleta dos eletro-eletrônicos em Ibiporã.
Conforme Alex Gonçalves, idealizador da E-lixo e do técnico ambiental, Marcial Paulo Daniel, a ong surgiu da necessidade ante o poder público e privado não terem a destinação correta do lixo contínuo e crescente surgido com a evolução tecnológica e atualização periódica dos eletro-eletrônicos. “Isso foi algo jamais pensado, pois não havia um descarte correto a este material, diferente do plástico e do papelão”.
A parceria, sem algum custo ao município, consiste na coleta seletiva do e-lixo (geladeiras, secador de cabelo, liquidificador, celular, mp3, etc) e encaminhamento a central de reciclagem, localizada em Londrina. Os equipamentos, que podem ser reutilizados, após análise e conserto por técnicos especializados, são vendidos à valores acessíveis a camada mais simples da população e também doados a instituições beneficentes. Como o caso da EPESMEL, de Londrina.
Segundo a psicopedagoga da instituição, Doryane Weber Pinto, é iminente que a inclusão digital deve ser trabalhada nos currículos pedagógicos, porém a EPESMEL não possuía um grande efetivo de computadores para o desenvolvimento das aulas de informática. A partir de uma iniciativa dos professores foram montados, com sucata, cinqüenta computadores, nos quais 10% foram destinados à escola. “Muitos vivem da reciclagem e falta maior conscientização de como se faz a separação dos resíduos. As escolas desenvolvem este trabalho, mas a sociedade civil também deve dar conta através de ações”, cita. A importância da inclusão digital é tamanha, que a psicopedagoga relata que no século 21 a informática é fundamental na mediação do sujeito com o mercado de trabalho, além de selecionar em concursos, provas, testes e no próprio mercado de trabalho. “Mesmo com o uso de equipamentos antigos, a medida torna-se o primeiro passo na inclusão digital, além da reciclagem ser uma questão de cidadania e conscientização”, afirma Doryane.
Quanto à parceria, o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Carlos Henrique Frederico, afirma que ela está firmada acerca de seis meses e tem como objetivo uma solução para o lixo eletro-eletrônico. Em 2009 foram diversas coletas e campanhas de conscientização, como carros de sons e panfletagem, informando aos munícipes dias e horários de coleta, intermediando o espaço entre o produtor do lixo e o reciclante. “As relações de trabalho dinâmicas não permite a ausência da tecnologias. Com a criação de segmentos do 3º setor que pensem na reciclagem deste produto, há maior preservação do meio ambiente e, por outro lado, propiciando a inclusão digital. A reciclagem também inclui ao dar oportunidades de trabalho e alertar sobre a preservação do planeta, pois os recursos, como o ferro e o petróleo são finitos e um dia vão acabam.
O secretário Carlos Henrique Frederico cita que dúvidas quanto à reciclagem de eletro-eletrônicos, como dias de coleta e o que pode ser destinado, podem ser solucionadas na Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, pelo telefone 31788400.

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