segunda-feira, 2 de março de 2020

Indiaroba: A cidade do povo (Por Aldo Moraes)


O desafio em chegar às terras nordestinas é não se encantar com sua beleza natural e a boa recepção de seu povo. Tão natural, quanto os esvoaçantes coqueiros, o mar, a praia e a amizade das pessoas por quem chega de qualquer lugar do Brasil e do mundo. Numa pequena comitiva formada por empresários e agentes culturais de Londrina, viemos para empreendimentos econômicos e realizar intercâmbio com a cultura produzida em Indiaroba.
Chamou nossa atenção a culinária local a qual tivemos o prazer de desfrutar na noite da chegada: bolo de macaxeira, bolo de pupa, carne de sol, frigideira de ovo e suco de frutas da terra preparados na residência do prefeito Adinaldo Nascimento pela cozinheira Genildes. Enquanto isso, lá fora os festejos juninos são um caso especial de geração de renda e socialização: feirinha da agricultura familiar; concurso de quadrilhas; shows com artistas da cidade e comidas típicas da região.
Destacamos nessa encantadora noite (2º dia da viagem) a festa junina: o cantor Florêncio; a quadrilha da cidade; a secretária de cultura Solange Santos Lima, o baterista Nego Loiro e o ex-prefeito Raimundo Torres.
Após o feriado de Corpus Christi, o prefeito Adinaldo do Nascimento fez a entrega de equipamentos para uso diário e dias de chuvas aos recicladores de Indiaroba. Vários secretários municipais, o Presidente da Cooperativa Zezão, o vice prefeito Marcos Sertanejo e os trabalhadores participaram da entrega.  É uma importante iniciativa num município de cerca de 20 mil habitantes e que se preocupa com as questões ambientais e com o bom uso de suas belezas naturais.
O tempo e sua relação com o homem e a natureza é um dos personagens da cidade. É o tempo fluindo naturalmente e ao mesmo tempo mutando como em Heráclito, só que agora no Rio Real que começa na Bahia e passa por Indiaroba.
Ao acordar e abrir as janelas do quarto seja três ou oito horas da manhã, o que vislumbramos são a paradisíaca imagem que integra o rio, os barcos, os pescadores, o mangue seco ao lado, os caranguejos, os coqueiros, o vento e o tempo que flui como uma prosa que conta histórias devagarzinho. O tempo que conduz o barco e fala ao ouvido do homem o tempo de sair e de voltar. O tempo que marca o compasso das conversas no bar de frente ao rio. O tempo quase invisível no rio que flui e é tão espontâneo que não vemos. Como na filosofia de Heráclito, o rio parece parado, mas o barco que sai de manhã sabe que é outro rio quando volta na tardinha que escurece. Os coqueiros e seus frutos esvoaçam na madrugada que se anseia mais fria que o clima do Nordeste e também parecem obedecer aos caprichos do tempo.
Tivemos a oportunidade de ver ainda a inauguração do Espaço Cultural João Pequeno; o gigante espetáculo das quadrilhas juninas; os shows de forró; o samba de coco da Tia Mocinha; a Filarmônica do Divino e o festival de barcos, no bairro Pontal.

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