Quem é de Londrina já ouviu falar no jornalista Nelson Capucho, profissional há 30 anos e aluno da 1ª turma de Jornalismo da Universidade Estadual de Londrina, onde pode escrever no antigo Panorama. Jornalista, poeta e escritor, Capucho editou o bem humorado “O Popular”, coordenou a 1ª campanha política de Nedson Micheletti à Prefeitura de Londrina e hoje edita o site de notícias Londrix. Muito experiente, Capucho lembra que José Trajano foi seu primeiro editor, quando fechavam o jornal, iam tomar cerveja e voltavam para pegar a edição “quentinha”. A partir da experiência da observação da competição entre os jornais, ele descobriu que o leitor gosta de ter as notícias o quanto antes em suas mãos, entretanto, apesar desta ânsia, os jornais, a cada ano, vêm perdendo público e a tiragem vêm diminuindo.
Sua peculiaridade em contar os fatos é tão grande, que ele se lembra que a cobertura esportiva, hoje feita com auxilio de rádio, televisão e internet, não era nada parecida com a de hoje. Nos domingos, quando havia partidas de futebol, a cobertura era feita somente com um repórter, um fotógrafo e o motorista, que se deslocavam longas distâncias para cobrir o furo. Em relação a literatura e a poesia, começou a escrever e a mostrar aos amigos, até que publicou o livro “Vida Vadia”. Com a busca da inspiração através de pequenos fatos, desenvolveu matérias que tiveram muita repercussão na cidade, como a estória da “Loira do banheiro”, na UEL, o do “Chupa-cabra”, que chupava o sangue dos animais. Porém, uma das que mais marcou sua carreira foi a do “Lobisomem do Jardim Tókio”, que povoou a imaginação popular durante muito tempo.
Como correspondente do jornal carioca “O Globo”, cobriu junto com José Maschio, da Folha de São Paulo, o seqüestro de duas moças em Minas Gerais e que teve o desfecho na barreira de São Paulo com o Paraná, no Rio Paranapanema. Ainda neste período, acompanhou o assalto a uma agência do Banco do Brasil em Goioerê, na época em que surgia o laptop. Seu empenho foi tanto, que foi surpreendido pelos ladrões, que o intimidaram quando fazia um link de um orelhão (Capucho ligou para o banco, quando o assaltante atendeu, mandou desligar porque a linha seria usada para as negociações).
Mas a fase que mais lhe marcou foi quando fundou o jornal “O Popular”, quando saiu da Folha de Londrina. Capucho percebia que as classes mais baixas não liam jornal porque pouca coisa lhes interessava. A partir desta idéia, criou um novo formato, mais “pop”, que ia de encontro com a linguagem popular. Na época o jornal fez muito sucesso e era bem aceito. Entretanto, Capucho afirma que o jornal foi prejudicado por não ter um Departamento Comercial organizado, apesar disso, em um ano e nove meses que circulou, “O Popular” passou de “pop” para “cult”, com circulação de 5000 exemplares, em 8 a 12 páginas nas sextas-feiras. Sua equipe era formada por jornalistas como Rodrigo Souza Grota, Loriane Comelli, Cláudio Yuge e Arthur Boligian, que hoje dirige a “Folha Norte”. Eles se reuniam na redação aos sábados de manhã para discutir as pautas e durante a semana produziam o jornal. Durante o período, Capucho não foi processado, mas se lembra de uma determinada vez em que Jaime Lerner, ex-governador do Paraná, veio a Londrina inaugurar uma obra. Grota fez várias perguntas sobre diversos escândalos, até que Lerner o expulsou da sala e disse “Fecha a porta Rafael”, referindo-se ao ex-vice Governador Rafael Greca. A frase teve tanto impacto, que foi a manchete da semana.
Hoje, Capucho é editor da Londrix, empresa que presta serviços de comunicação para a Sercomtel, antes dirigido por uma empresa de Curitiba. Com uma equipe composta por sete pessoas, a Londrix tem capacidade para montar uma webtv. O sucesso do site é tanto, que ele afirma que muitas pessoas copiam notícias da agência. Capucho encerrou dizendo que além da agência, ele se dedica a escrever mensagens para celular, que chegam a ter no máximo 148 caracteres.
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